Exemplar do gigantesco caranguejo dos cocos
O mistério do desaparecimento de Amelia Earhart, em 1937, continua por resolver, e uma das teorias aponta que o seu avião se despenhou numa remota ilha do Pacífico, onde a aviadora terá sido atacada, desmembrada e enterrada por caranguejos de coco.
Tal como a maior parte das teorias acerca do desaparecimento da mítica aviadora do século passado, a teoria parece louca (no mínimo), mas um novo vídeo agora divulgado reforça esta possibilidade.
O vídeo em causa, filmado por Mark E. Laidre, biólogo da Universidade de Dartmouth, nos EUA, mostra o ataque de um caranguejo de coco (Birgus latro) a uma ave, no Arquipélago de Chagos, território britânico no Oceano Índico.
Segundo o The Washington Post, o vídeo prova em definitivo que estes invertebrados, que chegam a atingir o tamanho de um cão, conseguem trepar a árvores e caçar pássaros nos seus ninhos, tirando partido de pinças que são “quase tão fortes como as mandíbulas de um leão”.
A teoria de que estes gigantescos caranguejos, que também vivem na remota ilha de Nikumaroro onde se acredita que o avião de Earhart se despenhou, terão sido responsáveis pela morte da aviadora, sai assim (ainda louca mas) reforçada.
Pinças tão fortes como mandíbulas de um leão
Segundo explica num artigo publicado no jornal Frontiers in Ecology and the Environment,Mark E. Laidre teve oportunidade de confirmar o poder de caça destes invertebrados,
O biólogo passou dois meses no arquipélago britânico de Chagos em trabalho de campo, para estudar o comportamento do que é considerado “o maior invertebrado terrestre”.
Foi nesse âmbito que, em Março de 2016, Laidre conseguiu registar o vídeo, que mostra o ataque de um destes caranguejos a um atobá-de-pé-vermelho adulto (Sula sula na designação científica), “um dos maiores pássaros de Chagos”, como frisa Laidre.
“O atobá estava a dormir num ramo baixo, a menos de um metro acima da árvore. O caranguejo subiu lentamente e agarrou a asa do atobá com a sua pinça, partindo-lhe o osso e obrigando-o a cair ao chão, onde ficou incapaz de voar. O caranguejo aproximou-se então do pássaro, agarrando-o e partindo-lhe a outra asa”, relata o biólogo.
“O atobá lutou e bicou o caranguejo, mas este manteve o seu aperto com ambas as garras, pontapeando o pássaro com as suas pernas ambulatoriais”, conta Laidre.
Em cerca de 20 minutos, “mais cinco caranguejos de coco” se acercaram do local, possivelmente atraídos pelo cheiro do sangue detectado com o “sentido olfactivo neurologicamente agudo” que possuem.
Os caranguejos acabaram por lutar pela presa e “rasgaram o pássaro durante várias horas”, levando os pedaços para comerem, conclui Laidre.
A lendária aviadora Amelia Earhart junto ao seu Lockheed Electra, 6 de junho 1937
A capacidade letal dos caranguejos de coco é impressionante, mas não confirma a tesede que Amelia Earhart pode ter sido vítima destes invertebrados. O mais provável é que a aviadora tenha mesmo morrido no impacto, se o seu avião de facto se despenhou.
E essa é uma morte bem mais suave do que acabar comida por caranguejos gigantes.
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