Ruínas mantêm frescos e ladrilhos decorativos praticamente intactos
Roma é o paraíso dos arqueólogos e, provavelmente, o inferno dos engenheiros: construir uma linha do metro é praticamente um convite ao passado do Império construído na actual capital italiana.
Para se ter uma ideia, antes mesmo de desenhar o trajecto da linha C do metro, que está em construção ligando o Coliseu ao Palácio da Chancelaria e ao Palácio Venezia, pelo menos 56 áreas de monumentos e prédios históricos, protegidos como património cultural da humanidade pela Unesco, tiveram que ser cuidadosamente estudados pelos arqueólogos.
Agora foi a vez de um casarão do século II, com um grande pátio central, 14 quartos e uma fonte, descoberta no início de março. “Nós não imaginávamos o que poderíamos encontrar”, contou a arqueóloga responsável pela escavação, Simona Morretta, ao jornal The New York Times.
Também foi encontrada a fundação de uma outra estrutura, provavelmente um depósito. Tudo estava enterrado a aproximadamente 12 metros de profundidade. “A decoração está praticamente intacta, do mosaico do piso aos frescos nas paredes”.
Ela acredita que o local foi intencionalmente encoberto de terra no século III, pouco antes o Imperador romano Aurélio começar a construção de uma muralha ao redor da cidade, no ano 271.
A escavação também encontrou artefactos de madeira, usadas na fundação dos edifícios. “Você normalmente não encontra restos de madeira em Roma”, afirmou Morretta. Mas, como o metro vai correr a mais de 30 metros abaixo da superfície, justamente para passar por baixo dos sítios arqueológicos sem danificá-los, as escavações podem chegar mais fundo que o normal.
Nos últimos anos as escavações já levaram a descoberta de complexos militares, sistemas antigos de abastecimento de água e até a ossada de um cachorro de 1.800 anos.
Fonte: Revista Galileu
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