quarta-feira, 1 de agosto de 2018

100 anos depois, cientistas percebem que afinal esta rã é uma nova espécie


Uma das mais espetaculares rãs do planeta foi identificada como sendo uma nova espécie, depois de 20 anos de uma minuciosa investigação da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

O conservacionista de anfíbios Andrew Gray, curador de herpetologia no Museu de Manchester, nomeou a criatura de ‘Sylvia’s Tree Frog’, Cruziohyla sylviae, em honra à sua neta de três anos (que se chama Sylvia).

De acordo com a Universidade de Manchester, esta rã colorida está no radar dos zoólogos há quase 100 anos. Esta espécie foi encontrada no Panamá, em 1925, mas foi erradamente identificada como sendo um exemplar da ‘Splendid Tree Frog’, ou Cruziohyla calcarifer.

Esta descoberta evidenciou que a espécie original, encontrada em 1902, continua a ser muito mais rara do que se pensava e pode enfrentar a extinção completa num futuro próximo. São conhecidos menos de 50 espécimes da Cruziohyla calcarifer e também menos de 150 da Cruziohyla sylviae.

Gray, que publicou o seu estudo na revista científica Zootaxa, trabalhou extensivamente com este grupo incomum de rãs da América Central e do Sul, tanto no contexto selvagem como através da coleção de anfíbios vivos no Museu de Manchester.

“É notável que uma nova espécie tão distinta tenha permanecido despercebida durante tanto tempo. No entanto, mais importante do que isso, este trabalho destaca que é preciso uma avaliação urgente das necessidades de conservação de cada espécie para garantir que ainda vão estar por perto nos próximos cem anos”, afirma Gray.

O cientista combinou as características únicas desta rã com o perfil de péptidos da pele e uma avaliação genética que, na sua opinião, foi crucial para identificar as diferenças da nova espécie que, na verdade, está mais intimamente relacionada com outra espécie sul-americana incomum do que com a ‘Splendid Tree Frog’.

Esme Ward, diretora do Museu de Manchester, acrescentou que é “um verdadeiro privilégio manter rãs tão raras na coleção do museu e apoiar a conservação de anfíbios em todo o planeta”.

“Esta investigação multidisciplinar destaca a importância das coleções dos museus, onde tanto os espécimes vivos como os históricos estão a ajudar a taxonomia atual para fazer uma diferença real na formação do futuro da conservação da vida selvagem”.

Fonte: ZAP

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