Base das Lajes 1943/1946 |
Um primeiro caso de observação aérea «anómala», protagonizada por pessoal da USAF nos Açores, remonta a 31 de outubro de 1948 e o respetivo relatório oficial foi endereçado a vários organismos, como a base aérea de Wright Patterson, Instalaria no Oblo, quartel-general do Comando de Material da Força Aérea e uma das mais complexas da história daquela arma. A sua história está ligada ao desenvolvimento de testes aeronáuticos, desde os irmãos Wright à era espacial.
(…)
O aludido relatório da base açoriana, dando conta deste primeiro «incidente» notificado no arquipélago, seguiu assim o circuito institucional estabelecido já à época, ou seja, as instâncias das «secretas» militares, como os serviços de Inteligência da USAF, em Washington, D. C., e outros departamentos ligados ao estudo das tecnologias aeronáuticas de ponta, como Wright Parterson.
O ofício faz referência à diretiva do estado-maior da USAF, de 6 de fevereiro de 1948, sobre os flying discs (discos voadores), e reúne as declarações, recolhidas a 5 de novembro, de três testemunhas, todas elas militares norte-americanos da base das Lajes:
«O sargento Joseph J. Barnett disse ter visto, no dia 31 de outubro, cerca das 02h30 “um objeto circular achatado, deslocando-se em movimentos ondulatórios rumo a norte a uma velocidade aproximada de 250 quilómetros/hora”. O objeto era amarelo-pálido ou alaranjado diferente da luz azulada esbranquiçada das estrelas, mantendo a altitude até desaparecer atrás das nuvens». Barnett observou o objeto entre três e cinco minutos. Mão foi detetado nenhum rasto de vapor nem ouvido qualquer som.
O soldado Robert R. Anderson, por sua vez, afirmou ter sido o sargento Barnett a chamar-lhe a atenção para um objeto que ele descreveu como circular, de cor laranja e que lhe pareceu maior do que uma estrela movendo-se para norte a uma altitude de 600 a 900 metros acima das nuvens. O objeto balançou-se para trás e depois para diante na mesma direção mantendo a velocidade até desaparecer atrás de uma nuvem. Para a terceira testemunha, o soldado Theodor Fias o objeto assemelhava-se a «uma lâmpada movendo-se para cima e para a frente a uma velocidade estimada de 50 quilómetros/hora. Era branco com manchas amareladas e manteve a altitude inicial».
Em suma, na opinião da USAF, o objeto avistado teria sido um balão meteorológico que refletiu a sua própria luz. Os registos da Meteorologia dessa data revelaram que um engenho desse tipo havia sido lançado no dia 31 de outubro, cerca das 22h50. O relatório mostrava ainda as condições atmosféricas, a visibilidade e a direção dos ventos, fracos de sudoeste.
Base das Lajes 1960 |
Fonte: Livro Ficheiros Secretos à Portuguesa, de Joaquim Fernandes
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