quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Papiros com 3500 anos revelam detalhes raros sobre antigas práticas médicas

Um dos manuscritos da Colecção Papyrus Carlsberg.

Uma colecção de manuscritos com 3500 anos inclui revelações únicas sobre as práticas médicas do Antigo Egipto. Estes papiros estão a ser traduzidos e incluem dados sobre um teste de gravidez, sobre rins e sobre tratamentos a doenças dos olhos.

Estão em causa cerca de 1400 manuscritos datados de entre 2000 Antes de Cristo até 1000 Depois de Cristo, que integram a Colecção Papyrus Carlsberg que está alojada na Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.

Uma equipa internacional de investigadores está a colaborar para tentar interpretar estes textos médicos oriundos da antiga Biblioteca do Templo de Tebtunis, que existiu muito antes da famosa Biblioteca de Alexandria.

“Uma grande parte dos textos continua por publicar” e por traduzir desde que foram doados à Universidade em 1939, como refere o director da colecção, Kim Ryholt, professor do Departamento de Culturas Cruzadas e Estudos Regionais da instituição de ensino de Copenhaga, em declarações ao site ScienceNordic.

Os textos falam “sobre medicina, botânica, astronomia, astrologia e outras ciências praticadas no Antigo Egipto”, esclarece Ryholt, frisando que dão “uma visão única sobre ahistória da ciência“, com alguns dos textos escritos “há 3500 anos quando não havia material escrito no continente europeu”.

Os especialistas que analisam os manuscritos já descobriram que os papiros incluem a discussão médica mais antiga que é conhecida sobre rins, bem como notas sobre tratamentos a doenças dos olhos. E há ainda uma descrição de um teste de gravidez.

“O texto diz que uma mulher grávida deve urinar num saco de trigo e num saco de cevada”, e “dependendo em qual saco brotam os grãos primeiro, revela-se o sexo da criança”; “e se em nenhum dos sacos houver rebentos, então ela não está grávida”, explica a investigadora Sofie Schiødt ao ScienceNordic.

“Muitas das ideias dos textos médicos do Antigo Egipto aparecem de novo, mais tarde, em textos gregos e romanos“, acrescenta Schiødt, concluindo que “daqui, espalharam-se mais além para os textos médicos medievais do Médio Oriente, e podem encontrar-se vestígios até à medicina pré-moderna”.

Fonte: ZAP

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