domingo, 30 de setembro de 2018

Boeing 747 faz hoje 50 anos


A aviação moderna tem algumas máquinas únicas, como o Airbus A380 ou o desafortunado Concorde. Mas se existe uma única aeronave que mudou para sempre a forma como são feitas as viagens de avião, essa máquina é o Boeing 747.

A primeira unidade daquele que foi durante muitos anos o maior avião de passageiros do mundo foi construída precisamente há 50 anos, a 30 de setembro de 1968. Desde então, não parou de ser evoluído, tendo sido produzidas 1548 unidades. Nada mau para um avião que esperava ficar obsoleto durante os anos 80.

O Boeing 747 foi desenvolvido a pedido da companhia aérea Pan Am, cujo presidente na época, Juan Trippe, queria uma versão de dois andares do 707, que tinha contribuído para a explosão da procura por viagens de avião. Joe Sutter, responsável pelo design do novo modelo, chamou à ideia de Trippe “um peru”. Em vez disso, Sutter propôs a criação de um avião largo, com espaço para dois corredores, mais que duplicando a capacidade de passageiros, dividndo também o cockpit em vários “quartos”, separados pelos lavatórios e galés. Também foi Sutter que propôs a bossa que contribuiu para a sua identificação fácil, mesmo por aqueles que não são entusiastas da aviação. Esta acomoda um segundo andar, geralmente usado como lounge ou para primeira classe.

A Pan Am encomendou 25 unidades do 747-100, entrando ao serviço a 22 de janeiro de 1970, batizado por Pat Nixon, primeira-dama dos Estados Unidos e esposa do presidente Richard Nixon. O 747 era grande demais para ser usado na maioria dos voos locais nos Estados Unidos, mas tornou-se popular como avião de longo curso em voos transcontinentais. Várias evoluções surgiram nos anos seguintes, o 747-100B para voos mais longos, o 747SR para voos curtos com mais espaço para passageiros e o 747SP, para voar diretamente dos Estados Unidos para o Médio Oriente. Dois exemplares ficaram famosos por terem sido convertidos pela NASA para transportar o Space Shuttle às costas.

A Boeing criou então a nova evolução do 747, chamada 747-200, entrando ao serviço em 1971, com uma bossa alongada para acomodar mais passageiros em primeira classe, mas também podia ser usado como avião de carga ou misto. Quatro exemplares foram usados pela TAP, fazendo a ligação entre Lisboa e as colónias africanas. A Boeing esperava que esta fosse a última evolução e que os aviões supersónicos tomassem o seu lugar, mas o falhanço financeiro do Concorde contribuiu para aumentar a vida do avião americano. Assim, o 747-300 entrou ao serviço em 1983, com uma bossa ainda mais longa e uma velocidade máxima de Mach 0,85.

A evolução mais famosa do Boeing 747 é a 747-400, que ainda está em operação em muitos países, depois de ter iniciado a sua carreira em 1989. Com modificações aerodinâmicas e um novo vidro, consome menos combustível e só precisa de dois membros da tripulação no cockpit, em vez de três. É também bastante versátil, com versões para voos curtos e longos, ou como avião de carga. Pode acomodar até 624 passageiros em voos curtos, mas também ostenta um aumento considerável da autonomia, podendo voar 7670 milhas (14.200 km), mais 1340 milhas que o 737-300. A sua última evolução, o 747-8, entrou ao serviço em 2011, usando muitos componentes do mais recente 787, como o motor. Com 76 metros de comprimento, é também o mais comprido 747 de todos. Esta deve ser a última evolução, prevendo-se que o último exemplar seja entregue em 2020.

O Boeing 747 teve alguns incidentes famosos nos seus 50 anos de história. Os mais famosos são o desvio por piratas aéreos do voo Pan Am 73, em 1986, e a explosão do TWA 800, em 1996, que levou à extinção desta companhia. O avião tem 61 desastres aéreos, resultando na morte de mais de 3700 pessoas. Apesar de tudo, continua a ser o avião preferido de muitas companhias, já que 547 unidades ainda estão em operação, incluindo 12 do modelo original. O 747-400 é o que tem mais exemplares em uso, nada menos que 386, na sua maioria de carga, e a British Airways é quem tem mais 747 de passageiros em operação, um total de 36, enquanto a Atlas Air tem mais modelos de carga, 33 de uma frota de 37.

Fonte: Motor24

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