quarta-feira, 10 de outubro de 2018

DARPA está a criar “exército de insectos” para espalhar vírus geneticamente modificados


Um dos mais recentes programas governamentais de Defesa dos EUA está a preocupar a comunidade científica. Isto porque o Pentágono está a patrocinar a criação de uma espécie de exército de insectos para espalhar vírus geneticamente modificados.

Intitulado “Insectos Aliados“, este novo programa governamental de investigação financiado pela DARPA, a Agência de Projectos de Pesquisa Avançada de Defesa, está a gerar ondas de preocupação entre a comunidade científica. Receia-se que esteja em causa o desenvolvimento de uma verdadeira arma biológica que pode vir a ser incontrolável.

O objectivo do programa, como se refere no site da DARPA, é desenvolver “terapias direccionadas” para a protecção das culturas agrícolas dos EUA de doenças, inundações, geadas, e até mesmo de “ameaças introduzidas por actores estatais ou não estatais”.

Com recurso a técnicas como a edição de genes, o programa visa infectar insectos com vírus modificados e espalhá-los pelas culturas norte-americanas, tornando-as mais resistentes.

“Se um campo de milho for atingido por uma seca inesperada ou pela exposição súbita a um [agente] patogénico, por exemplo, os Insectos Aliados podem implementar um exército de pulgões, a carregar um vírus geneticamente modificado, para retardar a taxa de crescimento da planta do milho”, explica o Live Science.

Estes “exércitos” de insectos enquadram-se, assim, numa estratégia de promoção da segurança alimentar, de acordo com os responsáveis do programa.

Uma versão que não descansa a comunidade científica. Um grupo de cinco cientistas assinou mesmo uma carta, publicada pela revista Science, onde destacam que “as justificações [governamentais] não são suficientemente claras”, conforme declarações de um dos co-autores da missiva, Silja Voeneky, professor de Lei Internacional na Universidade de Freiburgo, na Alemanha, ao The Washington Post (TWP).

“Porque haveriam de usar insectos? Poderiam usar sistemas de pulverização“, acrescenta Silja Voeneky, destacando que “usar insectos como vector para espalhar doenças é uma arma biológica clássica“.

Por outro lado, o director do programa, Blake Bextine, frisa, também no TWP, que “sempre que se está a desenvolver uma nova tecnologia revolucionária, há esse potencial para capacidades [tanto ofensivas como defensivas]”.

“Mas não é isso que estamos a fazer”, assegura Blake Bextine, destacando que o programa visa somente “assegurar a segurança alimentar” porque este, no fundo, é um tema de “segurança nacional”.

O programa está ainda na fase inicial de desenvolvimento, mas os investigadores já conseguiram testar se um pulgão pode infectar um caule de milho com um vírus “desenhado” em laboratório para provocar a fluorescência. Um objectivo que terá sido alcançado com sucesso, explica Bextine ao dito jornal.

Fonte: ZAP

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