quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Vulcões, sismos e tsunamis. Está tudo ligado


Vulcões e sismos estão intimamente ligados. Ambos resultam do movimento de placas tectónicas que está constantemente a modificar a superfície da Terra. Além disso, os sismos dão pistas de que um vulcão pode estar a caminho de uma erupção.

No caso de um sismo que precede uma erupção, a principal razão pela qual ocorre é o magma em movimento. A maior parte do magma é formado pela fusão do manto, entre oito e 80 quilómetros abaixo da superfície. Esse magma sobe porque é quente, repleto de gases e feito de material menos denso que a rocha em seu redor. Ao exercer muita força sobre as rochas ao seu redor enquanto sobe pela crosta, o magma gera microssismos ou sismos.

A magnitude dos sismos causados pela atividade vulcanológica costuma situar-se entre 3 e 5 na escala de Richter - o mais recente registado na Sicília, na madrugada desta quarta-feira, teve 4.8.

O tsunami que ocorreu no sábado no Estreito de Sonda, e que causou mais de 400 mortos e dezenas de milhares de desalojados, teve uma origem semelhante: a erupção do vulcão Anak Krakatau.

A atividade vulcânica pode causar tsunamis graças a um ou à combinação de vários factores: explosões submarinas, fluxos piroclásticos (correntes de gases, cinzas e rochas) e deslizamentos dos vulcões. Neste caso foi o colapso de um segmento de 64 hectares da ala oeste-sudoeste do vulcão durante a erupção. Milhões de toneladas de detritos rochosos deslizaram para o mar, empurrando as ondas em todas as direções.

Ondas de dois a três metros de altura atingiram as costas das ilhas de Java e Sumatra 25 minutos depois do deslizamento de terras do Anak Krakatau.

O vulcão que surgiu no canal em 1927 no lugar da caldeira do Krakatoa tinha um historial de baixa atividade, mas os cientistas já se tinham debruçado sobre os seus perigos. Numa projeção realizada em 2012 por quatro cientistas ondas com dezenas de metros atingiriam as ilhas vizinhas de Sertung, Panjang e Rakata em menos de um minuto, mas que se dissipariam ao longo do Estreito de Sonda, chegando a terra com a altura entre um e três metros.

"O volume do colapso simulado é maior do que aquele ocorrido no sábado, pelo que o nosso cenário pode ser considerado o mais grave. No entanto agora há uma grande incerteza sobre a estabilidade do cone vulcânico e a probabilidade de futuros deslizamentos e tsunamis não é negligenciável", disse Raphaël Paris, num comunicado da União Europeia de Geociências.

Fonte: DN

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