A existência de um fungo que anda a dizimar as plantações de bananas um pouco por todo o mundo levou um cientista a cultivá-las em laboratório
Holanda produziu, pela primeira vez, bananas em laboratório. A ideia do cientista que desenvolveu a experiência partiu da existência de um fungo que se desenvolve na terra e causa a morte das plantas. Ao eliminar a terra do processo e utilizando fibra de coco (obtida através da casca do coco) e lã mineral ou de pedras (fibras obtidas de rocha basáltica) conseguiu que as plantas crescessem “muito bem com a aplicação de nutrientes”, explicou à BBC Mundo. Foram cultivadas 60 plantas de bananas em estufa.
Gert Kema, professor de patologia de plantas tropicais da Universidade de Wageningen, na Holanda, referiu que, para combater a “doença do Panamá”, causada por um fungo transmitido pelo solo, só mesmo tirando as bananas da terra.
“Não se tratam de bananas hidropónicas [técnica de cultivar plantas sem solo, em que as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água] porque as raízes não estão numa solução à base de água”, destacou o cientista. “Acrescentámos nutrientes através de irrigação por conta-gota.”
A chamada “doença do Panamá” – por te sido detetada primeiro nesse país – já levou à extinção da variedade Gros Michel, a banana campeã das exportações nos anos 1950. É causado pelo fungo fusarium oxysporum, um agente patogénico de difícil combate já que nasce na terra e propaga-se facilmente pela água e pelas partículas de terra, especialmente em contacto com sapatos, roupa e ferramentas.
Um dos maiores produtores de banana, a empresa suíça Chiquita, mostrou interesse nesta investigação holandesa e fez um teste nas Filipinas.
Fonte: Revista Visão
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