Objeto celeste mais distante (e antigo) alguma vez sobrevoado é um sistema binário, um vislumbre dos primeiros blocos que formaram planetas. Cortesia da “máquina do tempo” New Horizons
Tudo terá acontecido há 4,5 mil milhões de anos, nos primórdios da formação do sistema solar. Rochas de diferentes tamanhos giraram umas sobre as outras até que duas se aproximaram lentamente, ficaram coladas “como duas naves que acoplam” e assim permaneceram a “descansar” uma na outra, num ambiente gelado e praticamente na mesma posição, até hoje.
A descrição foi feita esta quarta-feira pela NASA na segunda conferência de imprensa dedicada às observações do objeto celeste Ultima Thule, sobrevoado pela sonda New Horizons quando na Terra se festejava o Ano Novo. A equipa do Laboratório de Física Aplicada John Hopkins, responsável pela missão, revelou que afinal estão perante um sistema binário de contacto, com dois blocos. Depois de as primeiras imagens apontarem para um objeto com a forma do pino, o mais correto é falar de um boneco de neve, brincou Alan Stern, investigador principal. Porque os cientistas são pouco inventivos com as palavras, continuou, o corpo ficou a chamar-se “Ultima” e a cabeça “Thule”. Acreditam que será um testemunho único dos primeiros blocos que deram origem aos planetas e asteroides que conhecemos. “É o objeto mais primitivo alguma vez visto”, declararam os investigadores, dando imagens curiosas para a sua formação. Os dois blocos, praticamente esféricos, terão encostado um ao outro a uma velocidade de 1 ou 2 quilómetros/hora. “A velocidade a que estacionaríamos o carro. Se batessem a essa velocidade nem seria preciso preencher a declaração amigável.”
A NASA acredita que as observações poderão revolucionar a ciência planetária, dando novas pistas sobre o desenvolvimento do sistema solar. E a equipa não se cansa de sublinhar a dificuldade da aproximação. “O Ultima Thule tem apenas o tamanho de Washington DC, é tão refletivo com a terra do jardim e está iluminado por um Sol que lhe chega 1900 vezes mais fraco do que num dia aberto aqui na Terra. Basicamente estávamos a persegui-lo às escuras a uma velocidade de 51 mil quilómetros por hora.” Até ao momento só foi processado 1% dos dados recolhidos: Ultima Thule terá poucas crateras e talvez colinas. E é vermelho, como Plutão.
Meet #UltimaThule! After flying by the most distant object ever explored, our New Horizons spacecraft beamed back the first pictures and science data. These new images, taken from as close as 17,000 miles, revealed that this object is a “contact binary,” consisting of two connected spheres: http://pluto.jhuapl.edu/News-Center/News-Article.php…
The team says that the two spheres likely joined as early as 99 percent of the way back to the formation of the solar system, colliding no faster than two cars in a fender-bender. Studying Ultima Thule is helping us understand how planets form — both those in our own solar system and those orbiting other stars in our galaxy. Data from the New Year's Day flyby will continue to arrive over the next weeks and months, with much higher resolution images yet to come.
Fonte: Jornal i
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