segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Galáxia distante é um "fóssil" cósmico. E o Hubble descobriu-a... por acaso


A Bedin I, descoberta acidentalmente durante observação de aglomerado globular de estrelas, tem 13 mil milhões de anos de vida -- quase a mesma idade do Universo

Há muito, muito tempo numa galáxia distante". O famoso arranque dos filmes Star Wars, de George Lucas, poderia muito bem referir-se à Bedin I.

Esta "pequena" galáxia - mede no máximo 3000 anos-luz em toda a sua extensão -, agora detetada pelo telescópio espacial Hubble, é descrita pela Agência Espacial Europeia (ESA)como "o equivalente astronómico de um fóssil do início do universo". Com uma idade estimada de 13 mil milhões de anos é quase tão velha como o próprio Universo, tendo em conta os cálculos existentes com base na teoria do Big Bang.

Está localizada a cerca de 30 milhões de anos-luz da Via Láctea (onde nos encontramos) e a dois milhões de anos-luz do local mais próximo plausível para a existência de outra galáxia: o aglomerado globular NGC6752, o que, diz a ESA, também faz dela uma séria candidata ao título de "galáxia anã mais isolada" até agora observada.

© ESA/Hubble, NASA, Bedin et al., Digitized Sky Survey 2, CC BY 4.0

A Bedin I foi descoberta acidentalmente, precisamente no âmbito de observações do NGC6752 tendo em vista a datação das estrelas deste aglomerado. Os astrónomos aperceberam, pelas imagens captadas pelo Hubble, da existência de pontos luminosos que não pertenciam ao aglomerado. E acabaram por confirmar que se tratava de facto de uma galáxia isolada.

Dada a sua pequena dimensão e distância, associadas a uma luminosidade particularmente baixa, a descoberta da Bedin I está a ser considerada um daqueles golpes de sorte que por vezes acontecem na atividade científica e que ocasionalmente conduzem a enormes progressos no conhecimento.

"A descoberta de Bedin I foi verdadeiramente feliz", assume a ESA. "Muito poucas imagens do Hubble permitem a observação de objetos tão difusos, e estas cobrem apenas uma pequena parcela do céu". Futuros telescópios com um amplo campo de visão, como o telescópio WFIRST, terão câmaras cobrindo uma área do céu muito maior e poderão encontrar muitos mais destes vizinhos galácticos".

Fonte: DN

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