sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Veja a infinidade da nossa galáxia nas últimas fotos do telescópio Kepler


Os especialistas da NASA terminaram de decifrar e processar as últimas imagens obtidas pelo telescópio Kepler pouco antes de se esgotarem as suas reservas de combustível a bordo e o aparelho perder contacto com a Terra.

"Estas últimas imagens, recebidas a 25 de setembro do ano passado, representam a página final do último capítulo da marcante viagem de recolha de dados de Kepler" durante os 9 anos e meio em que o Kepler descobriu mais de 2600 mundos fora do Sistema Solar e provou que na nossa galáxia havia mais planetas que estrelas, segundo o comunicado da NASA.

© FOTO : NASA/AMES RESEARCH CENTER
Última foto feita pelo telescópio Kepler antes de se desligar 

As lacunas enegrecidas no centro e ao longo do topo da imagem são resultado de falhas randómicas em câmaras. Graças ao design modular, as perdas não prejudicaram a visão geral.

Naquele momento o Kepler estava observando a constelação Aquarius, onde existe o sistema planetário TRAPPIST-1 em que habitam sete "primas" da Terra. As três super terras da estrela GJ 9827 podem se tornar os primeiros mundos cujas atmosferas serão examinadas directamente pela humanidade.

Vale destacar que o telescópio TESS, herdeiro oficial do Kepler, estava observando para a mesma parte dessa constelação nos últimos momentos de vida do seu antecessor. Os especialistas da NASA esperam que a comparação das suas imagens possa permitir descobrir novas características de planetas já conhecidos nessa parte da Via Láctea.

O telescópio Kepler foi lançado em 2009 para observar simultaneamente milhões de estrelas nos arredores da galáxia. Naquele tempo a humanidade conhecia apenas algumas dezenas de exoplanetas. Graças ao Kepler e a outros telescópios seu número se está aproximando dos 4000.

Em maio de 2013 o telescópio avariou, mas passado um ano os especialistas da NASA encontraram um modo de continuar seu funcionamento no âmbito da missão K2. Depois da "ressuscitação" o aparelho observou diferentes trechos do céu, o que exigiu sua movimentação e gastou muito combustível.

Em setembro de 2018 a NASA decidiu desligar o telescópio e levá-lo para uma órbita segura. Como resultado, o Kepler perdeu contacto com a Terra e acabou oficialmente o seu trabalho no espaço. Porém, os dados recebidos serão examinados e analisados ainda durante vários anos.

Fonte: Sputnik News

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