Astrónomos encontraram uma nova galáxia ultra-difusa que desafia as teorias atuais sobre a forma como estes grupos de estrelas se formam.
Todas as galáxias ultra-difusas anteriormente estudadas estavam em aglomerados de galáxias, por isso, os cientistas supuseram que já tinham sido galáxias “normais” que tinham sido destruídas para o seu estado “fantasma” atual por eventos violentos dentro desses aglomerados – mas esta galáxia solitária e bizarra contradiz tudo isto.
Além do mais, como a galáxia está sozinha, permaneceu em perfeitas condições. Sem a turbulência galáctica usual em redor dela, não será contaminada pela sua composição original nem teve tantas influências externas na sua evolução.
Só recentemente apareceram observatórios tão poderosas, como o Observatório Keck, que consigam estudar estas galáxias com detalhe. Na verdade, a primeira galáxia ultra-difusa foi descoberta há apenas alguns anos: em 2015. Estas galáxias são grandes como a Via Láctea, mas têm centenas de estrelas a menos. Isso torna-as extremamente fracas, o que as torna difíceis de observar.
“Parecia haver uma imagem relativamente clara das origens das galáxias, de espirais a elípticas, e de gigantes a anões”, disse Ignacio Martín-Navarro, principal autor do estudo e académico nos Observatórios da Universidade da Califórnia. “No entanto, a recente descoberta de galáxias ultra-difusas levantou novas questões sobre quão completa está esta teoria”.
Para ajudar a resolver este enigma, a equipa de astronomia usou o gerador de imagens Cosmic Web da Keck para mapear a galáxia DGSAT I.
“A composição química de uma galáxia fornece um registo das condições ambientaisquando se formou, como a maneira como os oligoelementos no corpo humano podem revelar uma vida inteira de hábitos alimentares e exposição a poluentes”, disse o co-autor Aaron Romanowsky, astrónomo e professo do Departamento de Física e Astronomia da Universidade Estadual de San José.
O que encontraram foi uma mistura surpreendente de componentes antigos e novos. As galáxias atuais tendem a ter elementos mais pesados como ferro e magnésio, em comparação com a composição de galáxias antigas logo após o Big Bang.
Mas enquanto DGSAT I tem falta do elemento de ferro, que é típico de uma nuvem de gás quase intocada, tem os níveis de magnésio de um moderno aglomerado estelar. Normalmente, estes dois elementos são causados por eventos de supernova e não se obtém sem o outro.
“Não entendemos esta combinação de poluentes, mas uma das nossas ideias é que explosões extremas de supernovas fizeram a galáxia pulsar em tamanho durante a adolescência, de uma maneira que reteve o magnésio preferencialmente ao ferro”, rematou Romanowsky.
Os cientistas planeiam usar o observatório novamente para realizar uma observação mais profunda de outra galáxia semelhante ao DGSAT I. Eles querem extrair a sua composição em maior detalhe na esperança de desvendar mais dados que possam ajudar os astrónomos a desvendar o enigma da origem das galáxias ultra-difusas.
Fonte: ZAP
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