quinta-feira, 14 de março de 2019

Sistema de reconhecimento facial utiliza fotos retiradas da internet sem permissão


A tecnologia tem vindo a evoluir rapidamente, mas especialistas afirmam que esta se tem servido de milhões de fotos disponíveis na internet sem qualquer conhecimento de quem as publicou.

O sistema de reconhecimento facial é uma tecnologia que se baseia em algoritmos que estudam os traços distintivos de rostos humanos. Através dela é possível identificar uma pessoa através de uma imagem digital ou mesmo de um frame de vídeo, comparando esses traços com aqueles de que dispõe na sua base de dados.

Esta tecnologia é utilizada para os mais variados fins. As suas principais aplicações relacionam-se com questões de segurança, embora também possa ser usada, por exemplo, como método de autenticação em bancos, ou até como forma de desbloqueio do telemóvel.

De modo a permitir e aperfeiçoar o seu funcionamento, é necessário o recurso a centenas de milhares de fotos. Sendo assim, a internet apresenta-se cada vez mais como um banco de dados apetecível para o desenvolvimento desta tecnologia. É possível encontrar facilmente na rede imagens categorizadas por idade, género ou tom de pele, entre outras características.

De acordo com a NBC News, é precisamente com o recurso à internet que empresas como a IBM têm vindo a desenvolver a sua pesquisa de reconhecimento facial. No passado mês de janeiro, a empresa americana disponibilizou um milhão de imagens retiradas do site Flickr e codificou-as para categorizar a aparência dos fotografados.

No entanto, quando contactados pela NBC, os fotógrafos responsáveis pelas imagens reagiram com surpresa ao tomar conhecimento de que as suas fotos estariam a ser utilizadas para o desenvolvimento de algoritmos de reconhecimento facial. Greg Peverill-Conti, autor de mais de 700 dessas fotos, afirmou mesmo que nenhuma das pessoas que fotografou faria a mínima ideia de que a sua imagem estaria a ser usada para esses fins.

Apesar das garantias da IBM de que os utilizadores podem sair da base de dados a qualquer momento, a questão não é tão simples. A empresa pede que os fotógrafos enviem por email os links das fotos que pretendem que sejam removidas, mas não divulgou publicamente a lista de utilizadores e fotos do Flickr que incluiu. Sendo assim, é difícil descobrir quais as fotos que estão a ser utilizadas.

De acordo com Jason Schultz, professor da faculdade de direito da NYU, este tipo de prática é recorrente por parte de equipas de pesquisa de Inteligência Artificial, afirmando que as mesmas “pegam em quaisquer imagens que estejam disponíveis”. Para além do Flickr, também Facebook, Wikipedia, Google Images ou YouTube têm sido usados de forma crescente como fonte de imagens e vídeos no desenvolvimento do sistema de reconhecimento facial.

Fonte: SapoTek

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