Há cerca de dois anos, o Facebook começou a desenvolver uma tecnologia capaz de ler as mentes das pessoas. Agora, a empresa apresentou com sucesso os primeiros resultados da sua investigação.
O Facebook quer disponibilizar uma ferramenta capaz de descodificar pensamentosdiretamente no cérebro e transformá-los em mensagens escritas, sem a intervenção da fala ou de um teclado. Com o apoio da Universidade da Califórnia, publicaram no mês passado os primeiros resultados na revista Nature Communication.
Esta pode constituir uma solução para pessoas com transtornos de comunicação ou uma inovação no campo da realidade aumentada. Capaz de traduzir sinais cerebrais em diálogo, o software utiliza eletrocorticografia (ECoG) de alta densidade, pelo que requer implantes cerebrais.
Apesar de inicialmente ter delimitado um prazo de dois anos para que a tecnologia estivesse disponível ao público em geral, o Facebook ainda está uns furos abaixo das expectativas traçadas.
“Aqui demonstramos a descodificação em tempo real da fala percebida e produzidaa partir da atividade ECoG de alta densidade em humanos durante uma tarefa que imita o diálogo natural de pergunta e resposta”, lê-se no estudo. “Este representa um passo importante em direção a aplicações mais naturalistas”.
O Extreme Tech explica que, durante os testes feitos, os participantes deram respostas ao vivo a perguntas gravadas previamente e os investigadores usaram a informação dos sinais cerebrais para programar modelos que consigam percecionar aquilo que eles disseram e ouviram.
O software ainda está longe de infalível, tendo detetado corretamente 76% das perguntas percecionadas pelos participantes. No que toca às respostas, o software do Facebook teve uma taxa de sucesso a rondar os 61%.
O derradeiro objetivo passa por desenvolver um sistema capaz de descodificar as palavras na parte do cérebro que aloja o centro da linguagem e transcrevê-las diretamente num computador a uma velocidade de cem palavras por minuto, cinco vezes mais rápido que o tempo necessário para escrevê-las no ecrã de um smartphone.
As aspirações da empresa de Mark Zuckerberg levantam algumas preocupações devido aos contínuos escândalos relacionados com a invasão de privacidade dos utilizadores. A leitura dos pensamentos das pessoas parece ser uma fronteira que muitos não estão dispostos a conceder acesso.
Fonte: ZAP
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