quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Falha de segurança revela impressões digitais de um milhão de pessoas


Peritos da empresa Vpnmentor dizem conseguir entrar em edifícios protegidos por sistemas de segurança biométricos, manipulando uma base de dados

Dois investigadores israelitas descobriram uma base de dados desprotegida e que continha dados biométricos, nomes de utilizador, passwords e outros dados pessoais de um sistema de segurança para entrada em edifícios. Ao todo conseguiram aceder a 23 GB de informação, num total de 27,8 milhões de registos, nos quais estão incluídas as impressões digitais de mais de um milhão de pessoas.

A revelação é feita nesta quarta-feira pela publicação The Guardian, que teve acesso antecipado à divulgação da falha encontrada por Noam Rotem e Ran Locar. Segundo os investigadores, em causa está o acesso a uma base de dados do sistema de gestão de controlo de acessos Biostar 2, desenvolvido pela empresa Suprema.

Além das impressões digitais, a base de dados continha ainda informação relativamente a reconhecimento facial, nomes de utilizadores e passwords não encriptados, e também informações pessoais de funcionários de empresas que usam o sistema. Ainda segundo o jornal britânico, a ferramenta Biostar 2 passou em julho a estar integrada noutra plataforma de gestão de sistemas de controlo, conhecida por AEOS, que é usada por 5.700 organizações em 83 países.

O investigador diz que por terem acesso à base de dados, conseguem também mudar dados da lista e acrescentar novos utilizadores. Num cenário hipotético, seria possível os investigadores acrescentarem credenciais à lista para depois conseguirem entrar num edifício.

O caso ganha ainda mais notoriedade, por causa da gravidade do acesso a dados biométricos: enquanto uma password roubada pode depois ser alterada, o mesmo já não acontece com as impressões digitais.

Após vários contactos, os investigadores dizem não ter recebido qualquer resposta por parte da Suprema. Mas ao The Guardian, o porta-voz da empresa disse que os resultados da investigação estavam a ser analisados. «Se houve uma ameaça aos nossos produtos e/ou serviços, vamos tomar ações imediatas e fazer anúncios apropriados para proteger os negócios e ativos valiosos dos nossos clientes», reagiu Andy Ahn, diretor de marketing da Suprema.

Fonte: EI

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