Os serviços de inteligência dos Estados Unidos estão, desde 2010, a desenvolver um cérebro artificial a que chamam de “Sentient”. O projeto é altamente secreto e pode vir a tornar-se na próxima arma de espionagem dos americanos.
Sentient, do português senciente, significa aquele que sente, que tem sensações ou impressões. Foi assim que os Estados Unidos batizou o seu projeto para um cérebro de inteligência artificial, que viu esta semana serem revelados os primeiros documentos oficiais.
Se Elon Musk quer ligar um cérebro humano a um computador, os serviços de inteligência dos EUA querem transformar um computador num humano. O Sentient é capaz de coordenar as posições dos satélites e poderá ser usado brevemente para gerir operações do campo de batalha durante conflitos militares.
“Quando é que o Departamento de Defesa terá controlo automatizado e em tempo real de batalha a nível mundial?”, perguntou um jornalista a Chirag Parikh, diretor do departamento de Ciências da National Geospatial-Intelligence Agency (NGA). “Essa é uma ótima pergunta”, respondeu. “E há uma série de boas respostas confidenciais“.
Apesar de vários documentos terem sido revelados, ainda paira um grande mistério em relação a esta nova tecnologia. Aliás, a divulgação de informações sensíveis “introduz um alto risco de nações adversárias” tentarem contra-atacar o Sentient, explica o Futurism.
A apresentação do cérebro inteligente no Space Symposium de Colorado Springs suscitou imediatamente a curiosidade de todos os presentes. De acordo com o The Verge, o Sentient é uma ferramenta de análise omnívora, capaz de devorar todo o tipo de dados, trazendo sentido ao passado e ao presente, e antecipando o futuro.
Ainda em desenvolvimento, o programa continua altamente confidencial, pelo que informações mais detalhadas ainda escasseiam. “O Sentient cataloga padrões normais, deteta anomalias e ajuda a prever e modelar os possíveis cursos de ação dos adversários”, explicou Karen Furgerson, do departamento de relações públicas do National Reconnaissance Office (NRO).
Atualmente, há uma versão light do Sentient, chamada BlackSky. Este foi o sistema de satélites que permitiu que, quando dois petroleiros foram atacados no Estreio de Ormuz, no dia 13 de junho, fossem tiradas fotografias do incidente. Assim que a situação foi noticiada, o BlackSky moveu imediatamente um satélite para a zona em causa.
Seja por fontes humanas ou até por interceção de comunicações internacionais, o Sentient agilizará automaticamente um satélite, explica Steven Aftergood, investigador da Federação de Cientistas Americanos. Imagens, informações financeiras, de meteorologia ou até de pesquisas do Google poderão ser usadas, especula o antiga agente da CIA, Allen Thomson.
Fonte: ZAP
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