O Estado Português adquiriu, através do “Concurso de Aquisição de Aeronaves de Transporte Aéreo-Táctico e de Vigilância Marítima”, 12 aeronaves C-295M.
Destas, cinco têm provisões para a instalação dos três sistemas de missão também adquiridos no âmbito deste programa. As últimas duas aeronaves estão igualmente equipadas com provisões para a instalação do Sistema de Reconhecimento Fotográfico (RFOT).
O C-295M (versão PG02 – designação atribuída à configuração de Vigilância Marítima) está equipado com um sistema de missão desenvolvido pela Airbus Military e baptizado como: FITS (Full Integrated Tactical System).
A versão em que é possível a instalação do RFOT foi baptizada como PG03, ou seja permite a instalação das configurações de Vigilância e de Reconhecimento. O FITS gere o funcionamento dos sensores que equipam a aeronave, optimiza e potencia os resultados obtidos, através da integração dos dados recolhidos e pela forma como os apresenta ao Coordenador Táctico (CT). Esta característica torna o C-295M numa plataforma de elevado potencial na execução de missões de vigilância em ambiente marítimo, podendo no entanto a sua aplicabilidade ser facilmente estendida para outros cenários de operação.
O C-295M/PG02 tem uma autonomia de aproximadamente 10 horas de voo, o que considerando velocidades médias de 200 KIAS, para operação ao nível do mar, representa a possibilidade de voar aproximadamente 2000 NM (3704 KM).
Com esta performance é possível ao C-295M/PG02 cobrir toda a Zona Económica Exclusiva (ZEE) nacional nas suas três subáreas (Continente, Madeira e Açores), sendo possível executar a cobertura das subáreas do Continente e da Madeira a partir do Montijo (BA6), e a dos Açores a partir das Lajes (BA4). Mesmo considerando a potencial extensão da plataforma continental, que ampliará significativamente a dimensão da ZEE, o C-295M manterá a capacidade de efectuar uma vigilância efectiva na sua área de operação.
No âmbito de intervenção da Vigilância Marítima, o C-295M/PG02 está assim optimizado para o cumprimento das seguintes missões: Monitorização e Controlo das Actividades de Pesca, Monitorização e Controlo de Actividades Ilícitas (imigração ilegal, tráfico de pessoas e de substâncias ilegais, pirataria, etc.), Monitorização e Controlo da Poluição Marítima (derrames acidentais, lavagens ilícitas, etc.), Monitorização e Controlo do Tráfego Marítimo (cumprimento do Esquemas de Separação de Tráfego –EST – e das demais regras de circulação marítima), assim como outras missões de âmbito militar, ou outro, definido superiormente.
O C-295/PG03 garante uma capacidade acrescida ao nível do Reconhecimento Fotográfico nas suas infindáveis aplicações, sejam de carácter exclusivamente militar (caracterização do terreno e de potenciais alvos), ou outro mais lato, em que a sua aplicabilidade tem uma enorme variedade de utilizações (Cartografia, Ordenamento do Território, Exploração de Recursos Naturais, Arqueologia, Gestão da Água, etc.). Esta missão pode ser executada até uma altitude de 30.000 pés.
O Estado Português está agora mais reforçado na panóplia de meios que tem à sua disposição para a garantia da protecção dos seus recursos naturais de exploração marítima e, se necessário, no apoio a acções de âmbito internacional nesta vertente que tem vindo a assumir cada vez mais importância no contexto internacional. As características Multi Role desta aeronave e as diversas configurações que pode adquirir garantem uma extensão de aplicabilidade em diversas áreas das Operações Aéreas: Transporte Aéreo, Busca e Salvamento, Vigilância e Reconhecimento (ISR – Intelligence Surveillance and Reconnaissance).
A Esquadra tem vindo a realizar este tipo de missão na operação FRONTEX onde põe em pratica os conhecimentos adquiridos nesta área.
Fonte: Facebook
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