quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Loch Ness: e se o monstro for só uma enguia gigante? A hipótese dos cientistas



O monstro do Lago Ness, na Escócia, poderá ser apenas uma enguia gigante, dizem cientistas.

Depois de uma intensa análise de vestígios de ADN nas águas do Lago Ness, os cientistas chegaram à conclusão de que o alegado monstro pode ser apenas uma enguia gigante. Neil Gemmell, geneticista da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, explicou que os resultados puseram de parte a hipótese de haver alguma espécie de réptil marinho gigante.

Uma equipa internacional, composta por especialistas do Reino Unido, dos Estados Unidos, da Austrália e de França, recolheu amostras de ADN no lago em junho do ano passado.

O uso deste tipo de amostras permite a monitorização de animais marinhos, como os tubarões e as baleias. De cada vez que um ser vivo se desloca no seu habitat, deixa para trás pequenos fragmentos de ADN através de pele, escamas, penas, penugem, fezes e urina.

Não podemos excluir a possibilidade de que há uma enguia gigante no Lago Ness.

Este ADN pode ser recolhido, sequenciado e depois usado para identificar o ser vivo, comparando a sequência obtida com a grande quantidade de informação genética de centenas de milhares de diferentes organismos. A equipa analisou no total 500 milhões de sequências do material genético encontrado.

"As enguias são muito comuns em lagos. Todos os locais que visitámos para recolha de amostragem tinham, no entanto, uma quantidade de enguias que surpreendeu", afirmou Neil Gemmell, acrescentando: "Não podemos excluir a possibilidade de que há uma enguia gigante no Lago Ness, mas não sabemos se estas amostras que recolhemos são de um monstro gigante ou de um animal normal."

Como surgiu o conceito "monstro de Loch Ness"?

O primeiro registo escrito de um monstro a viver nas águas escocesas surgiu no século VI pela obra do irlandês Santo Columba. A foto mais famosa do Nessie (como era apelidado o suposto monstro), mais conhecida por "Fotografia do Cirurgião", foi tirada em 1934 e mostra uma cabeça ligada a um longo pescoço a sair da água.

Esta foto foi, 60 anos mais tarde, revelada como uma fraude. Era apenas um modelo de monstro marinho anexado a um submarino de brinquedo.

Desde então, várias equipas de investigadores tentaram encontrar o monstro, sempre sem sucesso. Em 2003, a BBC financiou uma extensa pesquisa científica que usou 600 feixes de sonar e rastreamento por satélite para varrer toda a extensão do lago.

A tentativa mais recente foi realizada há três anos, quando um drone marinho de alta tecnologia localizou um monstro - mas não era o que procuravam. Acabaram por descobrir a réplica usada nos anos 1970, no filme "The Private Life of Sherlock Holmes", afundada no lago.

Fonte: TSF

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