terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Rússia planeia criar base lunar operada por robots para proteger Terra contra asteroides


A Rússia planeia construir uma estação movida a energia nuclear no polo sul da Lua, operada por robots. O projecto irá monitorizar rotas de asteroides que possam oferecer risco à vida na Terra.

A corporação espacial russa Roscosmos está elaborando o projecto lunar para ser executado já nos próximos anos. Entre as propostas apresentadas, está a instalação de uma base lunar permanente, que poderá integrar um "sistema global para monitorizar asteroides e cometas" que representem uma ameaça para nosso planeta.

"O local escolhido para a base é o polo sul da Lua, que reúne relevo e condições favoráveis: luz suficiente para os painéis solares, crateras constantemente sombreadas com reservas de gelo para combustível e matéria-prima", explicou o director executivo para projectos avançados e científicos da Roscosmos, Aleksandr Bloshenko.

Segundo Bloshenko, Rússia não deveria esperar que a base gere lucros comerciais. Por outro lado, os ganhos científicos advindos do estudo do satélite lunar e do espaço são intangíveis, reportou a RT.

Polo Sul da Lua

Parte da base poderá ser ligada a naves localizadas em pontos de Lagrange entre a Terra e o Sol para formar um sistema terrestre de alerta contra asteroides. 

Além disso, a base será um local seguro para testar novas tecnologias espaciais, como os reactores nucleares de pequena escala que a Rússia desenvolve e tecnologias na área de robótica.

Aliás, a robótica é parte fundamental do projecto, uma vez que a equipe permanente da futura base lunar será constituída exclusivamente por robots. Pessoas "de carne e osso" farão visitas esporádicas "para realizar tarefas que os robots não são capazes de executar", explicou Bloshenko.

Recentemente, a Rússia enviou o robot Skybot F-850, controlado remotamente, para a Estação Espacial Internacional (EEI). Para Bloshenko, tratou-se de uma experiência preliminar que ainda não revela como serão os futuros habitantes da estação lunar.

"Praticamente já escolhemos a plataforma para os futuros sistemas robóticos planetários. Será um carrinho de rodinhas, que poderá tanto rolar quanto ultrapassar obstáculos. Outro design conceptual é um robot, semelhante a um centauro, instalado num carrinho para realizar tarefas planetárias complexas", elaborou.

A Roscosmos está revendo suas prioridades, para alocar tanto o aprimoramento da EEI, quanto o projecto lunar, em seu orçamento.

© FOTO / TWITTER / FEDOR
Robot humanóide Skybot F-850 na órbita da Estação Espacial Internacional


"O tempo operacional da EEI é claro, até 2028. Em contrapartida, a vida útil dos módulos é de 15 a 20 anos. Vale a pena enviá-los [para a EEI] por três a quatro anos e depois retirá-los de operação com a estação inteira? Não tenho tanta certeza assim", explicou Rogozin.

A Roscosmos desenvolve dois módulos adicionais para a EEI: um módulo chamado NEM, que terá laboratórios e geradores de energia solar, e um módulo nodal de atraque Prichal, ambos previstos para serem lançados no início de 2020.

Fonte: Sputnik News

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