Com a ajuda de um observatório em construção, a procura de oxigénio em planetas extras solares poderá levar eventualmente à descoberta de vida longe do Sistema Solar.
Os cientistas podem ter encontrado uma forma de localizar planetas distantes capazes de nutrir vida alienígena, afirma um estudo publicado na segunda-feira (6) na revista Nature Astronomy.
Enquanto a ciência continua na sua busca por sinais de vida para além do planeta Terra, o estudo dos exoplanetas (planetas orbitando outras estrelas) é uma das áreas de crescimento mais rápido na astronomia, mantendo a promessa de pistas essenciais para compreender se e onde a vida pode existir em outros locais do Universo.
Pesquisas recentes, financiadas em parte pela instituição que estuda exoplanetas SEEC e pela financiadora de cientistas internos do departamento de ciência planetária da NASA, identificaram um forte sinal que as moléculas de oxigénio produzem quando colidem.
O novo método de busca de sinais de vida envolveria a procura de oxigénio na atmosfera de exoplanetas.
Na Terra, o oxigénio é gerado quando organismos como as plantas usam a fotossíntese para converter a luz solar em energia química.
Os cientistas esperam agora que o Telescópio Espacial James Webb da NASA seja capaz de detectar este sinal de molécula de oxigénio nas atmosferas de exoplanetas, oferecendo, assim, um avanço instrumental na busca de vida alienígena.
A descoberta de exoplanetas despertou um interesse renovado na busca de vida extraterrestre, pois os planetas que orbitam na zona habitável de uma estrela, onde é possível a existência de água líquida na superfície, abriram um novo campo para os astrónomos.
No entanto, a investigação de exoplanetas tem que acontecer de longe, porque com a tecnologia actual, não podemos alcançá-los.
A arma "secreta"
O telescópio espacial James Webb fornece uma sensibilidade incrível para leituras de luz em comparação com seu predecessor, segundo a NASA, que trabalhou com astrónomos na Universidade da Califórnia Riverside, EUA, para desenvolver o novo método.
"Antes de nosso trabalho, pensava-se que o oxigénio em níveis semelhantes aos da Terra era indetectável com Webb, mas identificamos uma maneira promissora de detectá-lo em sistemas planetários próximos", disse Thomas Fauchez, da Associação de Pesquisas Espaciais Universitárias no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em Greenbelt, Maryland, e autor principal do estudo.
"Este sinal de oxigénio é conhecido desde o início dos anos 80 dos estudos atmosféricos da Terra, mas nunca foi estudado para pesquisa de exoplanetas", acrescentou.
Um membro da equipe de estudo, Edward Schwieterman, um astrobiólogo da Universidade da Califórnia Riverside, reforçou:
"O oxigénio é uma das moléculas mais excitantes de detectar devido à sua ligação com a vida, mas não sabemos se a vida é a única causa de oxigénio em uma atmosfera. Este método nos permitirá encontrar oxigénio em planetas tanto vivos quanto mortos."
Quando moléculas de oxigénio colidem, elas bloqueiam partes do espectro da luz infravermelha de serem vistas por um telescópio.
Complicações na teoria
No entanto, é examinando padrões nessa luz que os cientistas esperam determinar a composição da atmosfera do planeta. Os pesquisadores advertem que uma abundância de oxigénio em um exoplaneta pode não significar necessariamente vida, pois também pode indicar uma história de perda de água devido à evaporação dos oceanos.
"É importante saber se e quanto planetas mortos geram oxigénio atmosférico, para que possamos reconhecer melhor quando um planeta está vivo ou não", disse Schwieterman.
Embora o sinal de oxigénio seja forte, considerando as vastas distâncias cósmicas, os exoplanetas terão que estar relativamente próximos para que o Webb possa detectar o sinal das atmosferas.
Webb, um projecto internacional liderado pela NASA com seus parceiros, a ESA (Agência Espacial Europeia) e a Agência Espacial Canadiana, será o principal observatório de ciência espacial do mundo, quando for lançado em 2021, com a promessa de resolver muitos mistérios no sistema solar e olhar além para mundos distantes ao redor de outras estrelas.
Fonte: Sputnik News
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