As células que rodeiam um óvulo no ovário, conhecidas como células da granulosa, foram transformadas em óvulos funcionais em ratos, por cientistas chineses. Depois, foram fertilizadas para produzir crias saudáveis.
Normalmente, as células da granulosa são colhidas junto como os óvulos como parte de um procedimento de fertilização in vitro. Neste caso, os investigadores pensaram que, se pudessem transformar as células em óvulos funcionais, poderia estar a “matar dois coelhos de uma cajadada só”.
Para conseguirem este feito, os cientistas chineses usaram um cocktail de químicos para transformar as células em óvulos funcionais. Estes acabaram por fertilizar em ratos bebés saudáveis que, segundo o Scimex, têm também uma fertilidade normal.
Dar o salto de ratos para seres humanos ainda é um passo maior do que a perna. No entanto, os investigadores realçam que este pode ser um importante avanço para preservar a fertilidade nos humanos. “Acho que tem mais perspetivas de preservar a fertilidade e a função endócrina do que no tratamento da infertilidade”, sugere o autor principal, Lin Liu.
“A questão da fertilização in vitro é que eles usam apenas o óvulo para o procedimento”, realça Lin Liu. “Após a recuperação do óvulo, as células da granulosa no folículo são descartadas. Isso fez-nos pensar: e se pudéssemos utilizar as células da granulosa?”, explicou o asiático.
A combinação de químicos feita pelos cientistas preveniu a morte das células e promoveu a sua proliferação. “É um resultado surpreendente”, admite Lin Liu, no comunicado de imprensa da Cell. O estudo foi publicado, este mês, na revista científica Cell Reports.
Os autores do estudo garantem ainda que este tratamento químico fornece ainda uma maior capacidade de controlo comparativamente aos métodos tradicionais de indução de células estaminais, que reprogramam as células introduzindo fatores de transcrição em células somáticas.
“Esta é a primeira vez que transformamos células da granulosa em óvulos, é um trabalho crucial e interessante em biologia do desenvolvimento e da reprodução”, salienta. “Mas implementar esta investigação em humanos a partir de ratos ainda tem um longo caminho a percorrer”, acrescenta.
Fonte: ZAP
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