sábado, 6 de junho de 2020

Astrónomos descobrem “réplica” do Sol e da Terra a três mil anos-luz


O que diferencia esta descoberta de outros exoplanetas parecidos com a Terra é que a sua estrela tem uma semelhança impressionante com o nosso Sol.

Entre os dados da missão Kepler, uma equipa de investigadores identificou um candidato planetário semelhante à Terra, o KOI-456.04, situado na zona habitável da sua estrela, a Kepler-160, escreve o site IFLScience.

“O KOI-456.04 é relativamente grande quando comparado a muitos outros planetas considerados potencialmente habitáveis. Mas é a combinação do seu tamanho (menos do dobro do planeta Terra) e a sua estrela de tipo solar que o torna tão especial e familiar”, afirma em comunicado René Heller, do Instituto Max Planck para a Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha, e principal autor do estudo publicado na revista científica Astronomy and Astrophysics.

Localizada a mais de três mil anos-luz da Terra, a Kepler-160 tem cerca de 1,1 vezes o tamanho do Sol e uma temperatura de superfície de 5200˚C, só menos 300 graus do que a nossa estrela.

Já se sabia que tem dois exoplanetas – Kepler-160 b, uma super-Terra rochosa, e Kepler-160 c, um gigante gasoso semelhante a Neptuno –, mas as suas órbitas estão muito próximas da estrela e acredita-se que sejam demasiado quentes para serem habitáveis.

Entretanto, a equipa criou um novo algoritmo de busca que poderia identificar com mais precisão a presença de planetas mais pequenos. Foi então que encontrou o KOI-456.04. Com um período orbital muito semelhante ao da Terra, de 378 dias, este planeta fica a uma distância da Kepler-160 propícia à existência de água líquida.

Além disso, escreve o mesmo site, o KOI-456.04 poderá receber cerca de 93% da quantidade de luz solar que experienciamos na Terra. Os investigadores sugerem que, se tivesse uma atmosfera inerte com um efeito estufa semelhante ao do nosso planeta, a sua temperatura na superfície seria de cerca de 5°C, aproximadamente 10°C a menos do que a temperatura média a que estamos habituados.

Análises posteriores revelaram ainda um quarto planeta, o Kepler-160 d, responsável pelas variações anteriormente verificadas pelos cientistas no período orbital do Kepler-160 c. Este planeta tem entre uma e 100 massas terrestres e um período orbital de 7 a 50 dias.

No entanto, foi o KOI-456.04 que ‘roubou’ a atenção dos astrónomos, embora ainda não tenha atingido os 99% de referência necessários para a confirmação completa de que é um planeta. A equipa acredita que vai ter de esperar por futuras missões espaciais, como da nave espacial PLATO, da Agência Espacial Europeia (ESA), para obter a validação completa.

Fonte: ZAP

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