sexta-feira, 17 de julho de 2020

Novo telescópio observa super-erupções numa estrela de Leão


As tempestades solares são um fenómeno comum nas estrelas e a sua radiação pode, se muito intensa, afetar os planetas. Por sorte, a Terra está preparada para nos proteger desse tipo de ocorrências, mas não deixa de ser essencial o seu estudo e a preparação para eventuais falhas.

Um novo telescópio em Okayama, no Japão, observou e registou uma série de 12 super-erupções, ou explosões muito fortes, numa estrela anã a 16 anos-luz de distância, na constelação de Leão.

Super-erupções que intrigam os astrónomos

Ainda que usuais, as tempestades solares não podem ser subestimadas. Isto, porque, ainda que a Terra esteja pronta para nos proteger de situações como essas, temos um exemplo de quando uma tempestade solar interferiu diretamente com a Terra, o Carrington Event, em 1859. Além dos sinais de GPS e comunicações de rádio do setor aéreo corrompidos, pincelou o céu, em várias partes do mundo, das mais variadas cores.

Felizmente, os cientistas estão cada vez mais preparados para registar e, posteriormente, estudar fenómenos como o de agora. Assim, as 12 super-erupções foram captadas pelo Telescópio Seimei, de 3,8 metros, da Universidade de Quioto, em Okayama, no Japão.

Astrónomos da Escola Superior de Ciência da Universidade de Quioto e do Observatório Astronómico Nacional registaram essas explosões numa estrela vermelha anã, a AD Leonis, na constelação de Leão. Além disso, uma dessas explosões foi 20 vezes maior do que as emitidas pelo Sol.

As erupções solares são explosões repentinas que emanam das superfícies das estrelas, incluindo o nosso próprio Sol. Em raras ocasiões, ocorrerá uma super-erupção extremamente grande, produzindo enormes tempestades magnéticas que, quando emitidas pelo Sol, podem afetar a infraestrutura tecnológica da Terra.

Explicou Kosuke Namekata, um dos autores de um artigo publicado aqui.

Tempestades solares e AD Leonis: astros em estudo

Ainda que as tempestades solares sejam comuns, as super-erupções são fenómenos raros. Portanto, é difícil, para os especialistas, garantir dados, uma vez que só observam o Sol. Por esta razão, os astrónomos têm procurado exoplanetas semelhantes à Terra, a fim de examinar as estrelas que os orbitam e perceber o seu comportamento.

No artigo publicado no Publications of The Astronomical Society of Japan, a equipa relata que dedicou uma semana a observar a AD Leonis, a partir do Telescópio Seimei e de outras estruturas de observação. Esta estrela anã é mais fria do que o Sol, resultando numa maior incidência de erupções. Assim sendo, a equipa já esperava que as erupções fossem grandes, mas não contava que fossem tanto quanto as então registadas.

Para surpresa da equipa, a luz dos átomos de hidrogénio na super-erupção indica que havia 10 vezes mais eletrões de alta energia do que o observado nas típicas erupções no Sol. Além disso, a equipa observou erupções onde a luz dos átomos de hidrogénio aumentou, mas não correspondeu a um aumento da luminosidade no resto do espetro visível.

Depois de proporcionar estas novas revelações, a equipa espera que o Telescópio Semei abra portas para novos dados sobre os eventos que acontecem no Espaço. Dessa forma, será possível estudar e preparar ações na Terra, a fim de proteger a vida humana.

Fonte: Pplware

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