Descobertas de pesquisadores de universidade norte-americana trazem indícios da presença do homem moderno na costa de onde hoje fica Portugal entre 41 mil e 38 mil anos.
Equipe de cientistas liderada por Jonathan Haws, professor e chefe do Departamento de Antropologia da Universidade de Louisville, EUA, encontrou evidências de que os humanos modernos chegaram à zona mais ao oeste da Europa, no que hoje é Portugal, cinco mil anos antes do que se pensava. Os resultados foram publicados na segunda-deira (28) na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os cientistas encontraram ferramentas na caverna Lapa do Picareiro, Portugal, que ligam o local a achados semelhantes da Eurásia à planície russa. As ferramentas documentam a presença de humanos modernos no extremo oeste da Europa, numa época em que se pensava que apenas os neandertais estavam presentes na região.
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Seres humanos modernos chegaram ao extremo oeste da Europa cinco mil antes do que se sabia
A descoberta tem ramificações importantes para a compreensão da possível interacção entre os dois grupos humanos e o desaparecimento dos neandertais.
"A questão de se os últimos neandertais sobreviventes na Europa foram substituídos ou assimilados por humanos modernos que chegaram é uma questão antiga e não resolvida na paleoantropologia", afirma num comunicado Lukas Friedl, co-líder do projecto.
"Se os dois grupos se sobrepuseram durante algum tempo nas terras altas de Portugal Atlântico, podem ter mantido contactos e trocado não só tecnologia e ferramentas, mas também companheiros. Isso poderia explicar porque muitos europeus têm genes de neandertal", comenta Nuno Bicho, co-autor do estudo.
Caverna do Picadeiro
A caverna Lapa do Picadeiro está em escavação há 25 anos e registou a ocupação humana nos últimos 50 mil anos. Uma equipe internacional de investigação está a pesquisar a chegada de humanos modernos e a extinção dos neandertais na região.
Os sedimentos da caverna contêm registo paleoclimático bem preservado, o que ajuda a reconstruir as condições ambientais da época dos últimos neandertais e da chegada dos humanos modernos. A própria caverna tem uma enorme quantidade de sedimentos restantes para trabalhos futuros e a escavação ainda não atingiu o fundo.
"Venho escavando em Picadeiro há 25 anos e apenas quando você começa a pensar que já não está mais revelando seus segredos, uma nova surpresa é descoberta. A cada poucos anos, algo notável acontece e continuamos cavando", ressalta Haws.
Fonte: Sptunik News
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