segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Equipa que procura vida extraterrestre investiga sinal de rádio vindo de Alfa Centauri

Telescópio Parkes, na Asutrália, captou o sinal de rádio proveniente do espaço que está a ser escrutinado pelos investigadores  © TORSTEN BLACKWOOD / AFP

O projeto Breakthrough Listen está a investigar um sinal de rádio, captado entre abril e maio do ano passado, proveniente da estrela mais próxima do Sol.

Uma nova investigação está a entusiasmar os cientistas do Breakthrough Listen, um projeto apresentado por Stephen Hawking, em 2015, que procura vida extraterrestre inteligente. Em causa está um sinal captado no ano passado. Os astrónomos acreditam que é proveniente da estrela mais próxima do sol.

Um feixe de ondas de rádio que foi registado durante 30 horas de observações pelo telescópio Parkes, localizado na Nova Gales do Sul, na Austrália, entre abril e maio do ano passado, com origem no espaço profundo, noticia o The Guardian.

De acordo com o jornal britânico, que cita uma fonte anónima, este misterioso sinal será oriundo de Proxima Centauri, uma estrela anã vermelha a 4,2 anos-luz da Terra, a mais próxima do nosso Sol.

A investigação está a decorrer, mas este sinal "é o primeiro candidato sério" desde o sinal Wow!, que foi registado em Ohio pelo radiotelescópio Big Ear por Jerry R. Ehman, a 15 de agosto de 1977, quando estava a trabalhar no programa SETI de procura de vida inteligência extraterrestre no espaço -- um sinal de rádio de origem espacial que excitou tanto o astrofísico que anotou, no papel onde a anomalia estava registada, a exclamação que viria a ser o nome por que o sinal ficaria conhecido.

O sinal agora captado de Proxima Centauri -- a estrela mais próxima de nós do sistema triplo Alfa Centauri -- foi denominado BLC1, de 980 MHz, apresenta uma mudança de frequência que poderá estar associada ao movimento de um planeta. A análise a este sinal vai traduzir-se num artigo que os cientistas estão a preparar, apurar o The Guardian.

O projeto Breakthrough Listen, financiado pelo multimilionário russo Yuri Milner, tem como objetivo "ouvir" as estrelas recorrendo a alguns dos radiotelescópios mais potentes do mundo - o Green Bank Telescope na Virgínia, EUA, e o Parkes Telescope na Nova Gales do Sul, Austrália. A investigação lançada em 2015 pretende em 10 anos percorrer várias zonas do espaço à procura de sinais de vida inteligente.

Yuri Milner, um físico teórico russo que ganhou fortuna através da aposta em empresas tecnológicas nos EUA, doou o dinheiro - 100 milhões de dólares - e lançou a iniciativa, prometendo trazer a "abordagem de Silicon Valley" para resolver "uma das maiores questões da humanidade" -- existe vida inteligente fora da Terra?

Os investigadores não desistem de procurar. É o que têm feito ao longo dos últimos anos, tendo sido registados vários sinais provenientes do espaço e que têm sido alvo de escrutínio.

Sobre este último sinal, Pete Worden, ex-diretor do Ames Research Center, da Nasa, na Califórnia e diretor executivo da Breakthrough Initiatives, afirmou que é importante saber esperar pelas conclusões das investigações.

"A equipa Breakthrough Listen detetou vários sinais pouco habituais e está a investigar cuidadosamente. Esses sinais são provavelmente interferências que ainda não podemos explicar totalmente. Estão a ser feitas mais análises", referiu.

Já o astrónomo Lewis Dartnell, astrobiólogo e professor de comunicação científica da Universidade de Westminster, é mais perentório sobre a possibilidade de existir vida extraterrestre, tendo em conta o sinal de rádio que se acredita ser proveniente de Proxima Centauri.

Na órbita desta estrela existe o exoplaneta mais próximo da Terra. O Proxima b, dizem os cientistas, pode mesmo ser habitável por humanos devido à grande quantidade de água que parece albergar, conclui um estudo, divulgado pela revista Astrobiology.

"Se existisse vida inteligente lá, é quase certo que ela teria de se espalhar muito mais amplamente pela galáxia. A possibilidade de as duas únicas civilizações em toda a galáxia serem vizinhas, entre 400 bilhões de estrelas, ultrapassa totalmente os limites da racionalidade", considerou Dartnell.

Fonte: DN

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