Ilustração do jacto azul na estratosfera (DTU SPACE, DANIEL SCHMELLING/MOUNT VISUAL/Reprodução)
Fenómeno é raro e dura milissegundos; pesquisadores criaram um vídeo para ilustrar como ele aparece no espaço
Um grupo de cientistas de diversos países conseguiu registar uma visão clara de uma faísca que dispara um tipo diferente de relâmpago, chamado de “jacto azul“.
Os jactos azuis são um fenómeno raro e duram milissegundos. São descargas eléctricas que disparam do topo das nuvens de uma tempestade até 50 quilómetros na estratosfera. Ao contrário dos relâmpagos normais, eles estimulam o nitrogénio estratosférico e acabam criando esse tom azul mesmerizante com a mistura.
Os jactos não podem ser vistos da superfície da Terra, por causa da distância e das nuvens da tempestade que os escondem, mas a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) conseguiu detectá-los com seu equipamento de observação do tempo. Os pesquisadores relataram, num artigo publicado na revista Nature, que um jacto azul emergiu “de uma explosão extremamente breve e brilhante” perto do topo de uma nuvem de tempestade.
Para Torsten Neubert, um físico atmosférico que participou do estudo, a faísca que gerou o jacto azul pode ter sido um tipo especial de descarga eléctrica dentro da nuvem. “A mistura turbulenta no alto de uma nuvem pode trazer regiões com cargas opostas a cerca de 1 quilómetro uma da outra, criando explosões muito curtas, mas poderosas, de corrente eléctrica”, disse ele.
A estação espacial observou o jacto azul em Fevereiro de 2019, numa tempestade sobre o Oceano Pacífico, perto da ilha de Nauru. Ele foi detectado por fotómetros, que são câmaras e instrumentos de detecção de luz.
De acordo com o físico espacial Victor Pasko, que não estava envolvido no estudo, observar esses fenómenos é importante porque eles podem afectar como as ondas de rádio propagam através do ar, potencialmente impactando tecnologias de comunicação.
Veja a simulação de um jacto azul na estratosfera:
Fonte: EXAME
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