sábado, 28 de maio de 2022

Cientistas descobrem ondas magnéticas gigantes a oscilar em torno do núcleo da Terra


Um novo estudo descobriu que as ondas magnéticas influenciam as intensas mudanças que ocorrem no núcleo da Terra, contribuindo para fortes mudanças de ano para ano no campo magnético.

Ao estudar dados de satélite da Terra, uma equipa de cientistas identificou um novo tipo de onda magnética que “varre” a superfície do núcleo da Terra de sete em sete anos.

“Os geofísicos teorizaram há muito tempo a existência destas ondas, mas pensava-se que elas se propagavam em escalas de tempo muito mais longas”, disse o investigador Nicolas Gillet, da Universidade Grenoble Alpes, em França, citado pelo Science Alert.

“As medições do campo magnético a partir de instrumentos baseados na superfície da Terra sugeriram que havia algum tipo de ação de ondas, mas precisávamos da cobertura global oferecida pelas medições a partir do Espaço para revelar o que realmente se está a passar”, acrescentou o especialista.

As ondas, conhecidas como ondas Magneto-Coriolis, são enormes colunas magnéticas alinhadas ao longo do eixo de rotação da Terra, mais fortes no equador.

Segundo a investigação, percorrem a fronteira entre o núcleo e o manto com uma amplitude de cerca de 3 quilómetros por ano, e deslocam-se para oeste a uma velocidade de até 1.500 quilómetros por ano.

A sua existência sugere que podem existir outras ondas Magneto-Coriolis com diferentes períodos de oscilação, que os cientistas ainda não foram capazes de detetar até à data devido à falta de dados.

“As ondas magnéticas são suscetíveis de serem desencadeadas por perturbações no interior do núcleo fluido da Terra, possivelmente relacionadas com plumas de flutuação”, referiu Gillet. “A nossa investigação sugere que é provável que outras ondas deste tipo existam, provavelmente com períodos mais longos – mas a sua descoberta depende de mais investigação.”

O núcleo da Terra tem uma camada interior sólida e uma camada exterior de metal líquido. A diferença de temperatura entre o núcleo quente e a camada exterior mais fria provoca correntes de convecção no líquido e o movimento de partículas carregadas no metal “cria” o campo magnético do planeta.

O campo magnético da Terra influencia o seu interior e, ao mesmo tempo, funciona como uma enorme “bolha” que nos protege dos efeitos nocivos da radiação cósmica, do vento solar e de outras agressões meteorológicas espaciais.

O artigo científico foi publicado, este mês, na PNAS.

 Fonte: ZAP

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