sábado, 23 de outubro de 2010

FORÇA AÉREA NOS AÇORES - 40 ANOS

Um Baluarte do Ocidente
Situada numa área de relevante Importância estratégica que a coloca na mira das atenções de inúmeros países, as Lajes têm actualmente uma missão diversificada e atravessa, neste momento, um período de reorganização.
Desde Junho de 1941, data em que foram instaladas as primeiras Esquadrilhas de aparelhos Gladiador, da então Aeronáutica Militar, até ao presente, a Base Aérea das Lajes atravessou profundas mudanças estruturais e operacionais que lhe granjearam a fama que tem hoje.
É da evolução histórica da Aeronáutica Militar no Arquipélago dos Açores que vos fala o artigo que apresentamos em seguida.
A França tinha sido prostrada por fulminante invasão e a Inglaterra sozinha, enfrentando o poderio germânico, vencia no céu Britânico a Luftwaffe, conquistando o domínio do ar com a sua heróica aviação de caça, neutralizando a possibilidade da Invasão da Ilha.
Sobre a Península Ibérica palrava a ameaça duma invasão germânica, objectivo estratégico de grande Importância para futuras operações no Mediterrâneo e no Atlântico.
É nesta conjuntura que são mobilizadas as forças expedicionárias para os Açores, entre as quais se contam as duas esquadrilhas de caça das bases aéreas da OTA e de Tancos. A chegada e os primeiros voos.
Em meados de Maio de 1941 a Base Aérea n.º 2 na OTA e a base Aérea n.º 3 em Tancos são incumbidas de organizar duas Esquadrilhas de Caça equipadas com aviões Gladiador. Uma destina-se às Lajes na Ilha Terceira e, a outra, a Santana em S. Miguel.
No dia 3 de Junho, as referidas esquadrilhas que tomaram os números 1 e 2, pernoitaram na Secção de Adidos da Graça, sendo transportadas, na manhã do dia 4, para o cais da Rocha do Conde de Óbidos.
A Esquadrilha de Caça n.º 1, como se lê na primeira Ordem de Serviço, datada de 14 de Julho, tem a comandá-la o capitão Piloto Aviador Rodrigues Costa e possui como efectivos, um Capitão, um Aspirante Médico, quatorze Sargentos, do serviço geral, Pilotos e Mecânicos, dezasseis Cabos Pilotos, Radiotelegrafistas, Pilotos, Mecânicos, Enfermeiros e 59 Soldados do serviço geral, rádio e condutores A Esquadrilha de Caça n.º 2, comandada pelo então Tenente Piloto Aviador Manuel Pinto Machado Barros, é constituída de acordo com a primeira Ordem de Serviço datada de 22 de Junho, por quatro oficiais subalternos sendo um médico, quatorze sargentos e furriéis, pilotos, do serviço geral, mecânicos e mecânicos radio-montadores, dezanove cabos, pilotos, mecânicos, radiotelegrafistas, enfermeiros e de infantaria, 59 soldados na sua totalidade do RI n. O 11, de Setúbal, unidade à qual lhe foi retirada a bandeira por conduta militar repreensível.


A 4 de Junho as duas esquadrilhas embarcam no cargueiro Mirandela, que, também, transportava os aviões Gladiator» que as equipavam, bem como viaturas, munições e combustíveis.
Antes do navio desatracar, o então Sub-Secretário do Exército, capitão Santos Costa, acompanhado pelo Chefe do Estado Maior do Exército, General Taco de Miranda Cabral, pelo Director da Aeronáutica Militar, Brigadeiro Piloto Aviador, Ribeiro da Fonseca e Capitão Piloto Aviador Rodrigues Costa, passou revista às Esquadrilhas Expedicionárias.
Seguiu-se o desfile com a presença de grande assistência. O Mirandela que desatracou na tarde do dia 4, foi fundear a meio do Tejo, ficando a aguardar instruções secretas.
O pessoal que mantinha uma excelente disposição fez jus à terceira refeição, servida a bordo, contrariando os projectos do Comandante do navio que contava com os efeitos do enjoo para economizar na verba da alimentação.
Na noite de 4 para 5, depois da visita de um emissário do Ministério da Guerra o Mirandela rumou direito aos Açores.
Na manhã do dia 8, após uma excelente viagem, sem se avistar qualquer barco na imensa superfície do mar, o Mirandela chega a Ponta Delgada, primeiro ponto de escala. Desembarcada a Esquadrilha n.º  1, destinada ao Aeródromo de Rabo de Peixe, o navio permaneceu naquele porto até completar a descarga.
Na noite de 11 para 12, o navio largou para Angra do Heroísmo, onde chegou na manhã do dia 12, tendo fundeado na Baía.
Aguardavam o desembarque da Esquadrilha n. 2, que se fez pelo cais da Alfândega, o Comandante Militar instalada
Ilha Terceira, o Comandante naval e outros oficiais.
Seguidamente a esquadrilha desfilou pelo centro da cidade, dirigindo-se ao RI 17 (Castelo de São João Baptista) onde ficou aquartelada cerca de uma semana.
Os aviões seguiram encaixotados para o Aeroporto das Lajes num camião embarcado em Lisboa, para o efeito.
Seguiu-se o reconhecimento do Aeródromo pelo Comandante da Esquadrilha, Tenente Machado Barros, para avaliar das possibilidades operacionais e instalação do pessoal.
Foi necessário requisitar 4 casas, situadas na área do aeródromo e aguardar que as mesmas fossem entregues com a urgência requerida. A população desalojada dos terrenos onde se instalou a esquadrilha interrogava-se acerca da razão daquela presença.
Há data da chegada da Esquadrilha de Caça n.º 2, já ali se encontrava uma equipa de engenharia militar, comandada pelo Capitão Engenheiro Magro Romão, que tinha quase concluída a faixa paralela ao edifício conhecido por Engenho do Álcool.
Com as casas devolutas, o aproveitamento dos caixotes dos aviões e ainda a utilização do edifício do engenho do álcool, instalou-se a esquadrilha, procedendo-se às mais diversas tarefas de organização, manutenção, defesa imediata e anti-aérea.
As medidas de segurança adoptadas, controlando a entrada de pessoal estranho à unidade, provocou certa reacção de ressentimento nos elementos do exército, privados de observarem e consequentemente comentarem a vida dos aviadores, que o espírito de emulação provocava. Entretanto, organizara-se o Posto de tripulado pelo Comandante da Esquadrilha, que se transfere para o Campo da Achada onde os outros aparelhos depois de montados se lhe juntam.

Até 26 de Agosto, data da conclusão do aeródromo das Lajes, as tripulações e demais pessoal inerente, eram transportados todas as manhãs para a Achada, a fim de fazerem o seu treino operacional.
A rotina diária consistia no voo de reconhecimento do tempo, em volta da Ilha, no sobrevoo do oceano em direcção às ilhas do grupo central, a grande altitude, na manutenção de uma patrulha de alerta, a qual normalmente recebia ordem para deslocar e realizar exercícios controlados pelo Posto de Comando, reconhecer navios de guerra que se aproximavam da Ilha, ou, ainda, algum comboio marítimo aliado que passava ao largo da Terceira e, por tal facto, dispensavam grande penetração no oceano.
No dia 1 de Agosto, a esquadrilha de caça n.º 2, foi visitada pelo Presidente da República, General António Óscar Carmona, o qual quis felicitar pessoalmente o Tenente Piloto Almeida Cabral pela exibição acrobática que efectuara sobre o navio presidencial, fora das águas territoriais.
No período em que o Brigadeiro Ramires assumiu o Comando Militar dos Açores, a Esquadrilha n.º 2 manteve-se em alerta permanente durante vários meses.
A 13 de Abril é divulgada na Ilha Terceira a nota oficiosa em que o Governo informa da concessão de facilidades à Grã-Bretanha.
Esta nota culminava num longo processo durante o qual os americanos colocaram de parte a «Operação lronbelt » (citando Luciano Mota Veiga) para ocupação militar dos Açores seguindo-se a realização de conversações entre a América e a Inglaterra por um lado e este País e Portugal por outro.
Em fins de Junho, as Forças da Aeronáutica são colocadas na dependência parcial do Comando Geral de Aeronáutica nos Açores, precursor da Zona Aérea e actual Comando Aéreo.
O Coronel Alfredo Sintra foi o primeiro a assumir aquele Comando.
Entretanto, nas Lajes, em 2 de Julho, a Ordem de Serviço n.º 18, já do Grupo de Esquadrilhas Expedicionárias n.º 2 (criado em 15 de Junho anterior), assinada pelo Major Joaquim D' Almeida Baltazar, indica que «em conformidade com o Quadro Orgânico recebido, se publica a organização desta Unidade que fica assim com:

a) Comando e duas Esquadrilhas de Caça com os números 2 e 4.

b) Que a Esquadrilha de Caça n.o2 Expedicionária a esta Ilha, passe a fazer parte integrante do Grupo.

c) Que a Esquadrilha de Caça n.º 4 será organizada e incorporada no Grupo oportunamente».

Ainda em Julho, chega às Lajes o primeiro JU52 em missão do que hoje se denomina Transportes Aéreos Militares.
Tinham sido inauguradas instituída Lisboa as carreiras aéreas para os Açores numa organização inteiramente militar. Em Ponta Delgada quem desejasse utilizá-las dirigia-se ao Comando de Aeronáutica.
Durante este mês, mais precisamente a 19, a Base Aérea n.º 5 deu inicio à preparação do transporte dos aviões Gladiator para o Continente. O pessoal navegante aguardando colocação, executa as suas horas de voo nos aparelhos JU52, da Base Aérea n.º 4. Mais tarde irão ser instruídos na pilotagem dos novos aviões de caça, ingleses, que viriam a equipar a nossa aviação militar.

De Esquadrilhas a Bases Aéreas
Em 4 de Agosto de 1942 e segundo narra o artigo 6.° da Ordem de Serviço do Grupo de Esquadrilhas  n. 2, por determinação superior, as Forças de Aeronáutica nos Açores constituem as Bases Aéreas números 4 e 5. E do seguinte teor a nota enviada, em Julho, do Comando de Aeronáutica, em Ponta Delgada, para Santana e Lajes:
 «130/Ae
 Para os devidos efeitos se transcreve a Nota n.º 3818/M da Repartição do Gabinete do Ministro da Guerra de 13 do corrente mês: CÓPIA Sua Excelência o Sub-Secretário de Estado determina que as Forças de Aeronáutica nos Açores, constituam as Bases Aéreas n.º 4
no Aeródromo de SANTANA em São Miguel e n.º 5 no Aeródromo das LAGENS na Ilha Terceira.
Mais me encarrega o Excelentíssimo Senhor de dizer a Vossa Excelência que aos Aeródromos serão fixados os nomes acima indicados».
De acordo com uma determinação do Comando Aéreo datada de 19 de Agosto, a Esquadrilha de Caça n.º 2, passa a depósito da Base Aérea n.º 5, assumindo interinamente o Comando da Unidade o Alferes Artur MA Tamagnini Barbosa.

Chegada da RAF
Cerca de dois meses depois, a 8 de Outubro, chega à Ilha Terceira o Grupo 247 das Forças Inglesas, comandado pelo Vice-Marechal do Ar, Geoffrey Bromet.
Neste período chega também a Santana um Destacamento da Royal  Air Force - RAF - que se destina a apoiar os aviões britânicos e americanos que utilizam o aeródromo.
É, também, por esta altura que a United States Air Force - USAF -inicia a construção do Aeródromo de Santa Maria. Nas Lajes efectuam-se, então, obras de melhoramento.
Em 1 de Agosto de 1946, é nomeada a Comissão Liquidatária da BA n.º 4, a que preside o Major Homem de Figueiredo. Em Santana ficou um único destacamento assegurando o controlo e a assistência aos aviões americanos, britânicos e da Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos - SATA.
Em Santa Maria prepara-se afanosamente a próxima abertura do aeródromo ao tráfego civil. Humberto Delgado é então enviado em missão de inspecção, que efectua em 21 de Setembro.

A 27 do mesmo mês o Destacamento dos EUA que aqui se encontrava estacionado vai juntar-se ao das Lajes de onde saiem os restantes elementos do Destacamento inglês de regresso ao seu País. As missões continuam a decorrer com a normalidade usual, desdobrando-se em actividades de busca e salvamento e em voos meteorológicos.
A 14 de Julho de 1944, em determinação publicada na Ordem de Serviço n.º 196 da Base Aérea n.º 4 é criada a Esquadrilha n.º 3. Substitui a Esquadrilha de Caça n.º 1 e é equipada com aviões do tipo Mohawk. Os Gladiator regressam definitivamente ao Continente. Em fins de 1945, os britânicos entregam à Base Aérea n.º 4 as instalações e equipamentos que utilizaram até então em Santana.
Com a aproximação do desfecho da II Guerra Mundial e a restituição das Lajes à vista, as atenções concentraram-se sobre a futura utilização do aeródromo o que provocou um forte diferendo entre a Aviação Comercial e a Aviação Militar e de que atestam os jornais regionais da época.
Durante o ano de 1946, a Base Aérea n.º 4 vai reduzindo gradualmente os seus efectivos e até meados do ano os aviões da base regressam ao Continente.
A 30 de Maio é celebrado o Acordo Luso-Americano relativo às facilidades de trânsito para os aviões dos EUA.
No cumprimento do acordo estabelecido com os ingleses, realiza-se no dia 2 de Junho, uma impressionante e emotiva cerimónia de devolução da Base das Lajes à Nação.
Ressurgimento
Mais tarde, a 27 de Junho, é publicada uma Portaria do Ministério da
Guerra, organizando, em novos moldes, a Base Aérea nº 4 que doravante «passará a ter a sua sede no Aeródromo das Lajes». A nova Unidade é destinada essencialmente à fiscalização da Soberania Portuguesa nos céus do Arquipélago.
Pela Ordem de Serviço n.º 1, da Base Aérea n.º 4, nas Lajes, datada de 11 de Julho de 1946 e assinada pelo Tenente Coronel Jorge Metelo de Nápoles Manuel refere-se a chegada de 423 homens, desembarcados no mesmo dia do Vapor Guiné, para a Guarnição da Unidade.
Vinham do Comando Geral da Aeronáutica, e procediam das seguintes unidades:
BA1, BA2, BA3, Escola do Exército, BT, BSCF, SS, DAE, EPE, CDML, BE, Colégio Militar, DM, RC7, 2.' CTH, EIAC/1 e 2, DMA, EPI, RI 1, 3, 5, 7, 11, 12, 15 e 16, BC 1, 4, 5, 6 e 9, BI 17 e 18, Bm 1, 2 e 3, RE 1 e 2, GCTA, RA, RC2, 4, 5 e 6, EPC, 1.',2.' e 3.' CS, 1.° GCS, EIAC 1 e 2, GACA 1,2 e 3.
Apesar da sua heterogeneidade o grupo soube ultrapassar os obstáculos surgidos e pôs em funcionamento a nova Unidade. Numa festa de homenagem ao Comandante Jorge Metelo, organizada pelas Praças, aquele havia de enaltecer o facto de em tão curto espaço de tempo se ter formado um bloco tão uno e homogéneo.
No início de Março de 1947 chegam às Lajes, vindos da América do Norte, os primeiros aparelhos Boeing B-17 «Fortalezas Voadoras» e os Loockeed C-54 «Skymaster» que irão constituir, futuramente, os meios aéreos da unidade. As quatro Fortalezas Voadoras e o Skymaster agrupam-se de imediato na célebre Esquadra de Busca e Salvamento n.º 41 cujo lema «Para que outros vivam» foi mais tarde adoptado pela BA 4.
Autorizados a visitar as obras em curso nas Lajes, os jornalistas que em 14 de Abril ali entraram, relataram mais tarde, com surpresa «o mundo que vieram encontrar», formando uma «pequena cidade com dois mil habitantes ».
Estas obras, na sua primeira fase, empregaram mais de mil trabalhadores locais tendo o Governo dispendido nelas a importância de onze mil contos.
Entre as inúmeras estruturas que se encontravam em construção, contava-se a actual Torre de Controlo cuja conclusão se tornava diariamente mais urgente face ao fluxo de tráfego verificado, no qual se incluíam as novas aeronaves e as do «Air Transport Comand» da USAF.
No ano seguinte, em finais de Fevereiro, o Governo Português torna pública uma das notas que constituíram a base do Acordo para a continuação da cedência de facilidades à aviação dos EUA, nas Lajes, em troco de facilidades na aprendizagem e no treino de pessoal e aquisição de material.
Essa nota vinha com data de 2 de Fevereiro de 1948.
De 1948 a Agosto de 1980, mês da chegada dos primeiros aparelhos FIAT G91 que hoje formam a Esquadra de Ataque n.º 303, actividade da «pequena cidade» manteve-se inalterada centrando-se na Instrução, Busca e Salvamento, Patrulhamento Marítimo e Transportes. Contudo, o valor geoestratégico do Arquipélago, e em particular das Lajes, tem levado a que não só a Base tenha sempre operado em conjunto com as Forças dos EUA como, também, a que o Aeródromo seja tema de discussão e simultaneamente palco de grandes acontecimentos, como a passagem de tropas e equipamentos em situações de conflito ou em momentos de crise mundial.
Aquando da renovação do contrato para cedência de facilidades ao Governo dos EUA, em 1948, o Governo Português reservava-se o direito de ceder iguais facilidades à Grã-Bretanha. Todavia, em 1971, a situação criada pela utilização das Lajes pelas Forças Americanas, embora sem a renovação do Acordo de 1957, levou a que o Governo Português, ressentido pela posição assumida pelos EUA face à guerra que travava nos territórios ultramarinos colocasse a questão nos seguintes termos: ou o Acordo é renovado ou a Base das Lajes será entregue à OTAN para utilização restrita do serviço da Aliança e nada mais. A intransigência portuguesa nesta matéria levou à assinatura de um novo acordo com os EUA ainda no decurso desse ano.
Presentemente, conforme editorial dum jornal diário lisboeta em 31 de Março de 1981, o Governo Português não se mostra contrário a ampliar a concessão de facilidades militares, mas não poderá, evidentemente, fazê-lo sem condições, uma vez que Portugal não está interessado em transformar-se num porta-aviões americano no Atlântico. Essas condições supõem um novo Acordo que terá de manter ou reforçar as formas de fiscalização do Governo Português sobre a Base e deverá ser concebido de modo que não interfira com as relações de Portugal com outros países, acautelando-se, ao mesmo tempo, os interesses específicos da Região Autónoma dos Açores.
A Invasão dos Açores e das Ilhas de Cabo Verde fazia parte dos planos de Hitler no segundo ano da Guerra
WASHINGTON - Pelos documentos alemães apreendidos e agora revelados pela Secretaria de Estado, verifica-se que Hitler embriagado com os seus primeiros êxitos militares projectava em 1940 invadir a Grã-Bretanha, a Rússia, a Islândia e Gibraltar, o Noroeste de África, o canal de Suez Dakar, as ilhas Canárias, os Açores e as ilhas de Cabo Verde.
Porém, o Estado Maior alemão, adoptou uma atitude menos optimista
e mais cautelosa do que Hitler, quanto ao êxito das invasões projectadas pelo Fuehrer, e constantemente tratava de o dissuadir, dos seus grandiosos planos. Hitler, aparentemente, acariciava a ideia de invadir a Grã-Bretanha, simultaneamente, mas o seu Estado Maior declarava que essa operação era «totalmente impossível».
Hitler teve a ideia de levar a cabo desembarques de tropas na Irlanda, com o consentimento deste país, para atacar a Grã-Bretanha, de flanco. Em meados de 1940, o Fuehrer estava convencido de que a guerra contra a Grã-Bretanha terminaria rapidamente, e falava constantemente da construção de uma poderosa esquadra alemã,  «depois da guerra», para a sua próxima luta com os Estados Unidos.
Durante o decorrer da guerra e quando se convenceu finalmente, de que a luta não terminaria em poucos meses, como se lhe afigurava a princípio, Hitler, começou a fazer preparativos para se apoderar da maior parte possível do Mundo, antes de que os Estados Unidos entrassem no conflito. - (U.P.).

Fonte: Revista Ecos do Atlântico (1981)- Força Aérea Portuguesa

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