quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Wikileaks
Afinal havia outra…
Amado critica confusão entre voos da CIA e de repatriamento

Luís Amado explicou em conferência de imprensa as notícias e informações que têm vindo a público no seguimento das revelações do Wikileaks referentes à passagem de voos de repatriamento de presos de Guantánamo. O ministro dos Negócios Estrangeiros aponta alguma manipulação de dados e critica a confusão «entre voos da CIA e de repatriamento». (em actualização)
Amado explicou que «a autorização desses voos dependia de um conjunto de garantias», destacando o cumprimento da lei da cooperação judiciária internacional. Portugal exigiu também «que todos os procedimentos fossem acompanhados pela Procuradoria-Geral da República portuguesa», que fossem entregues ao Estado português «as fichas completas dos prisioneiros» e ainda «que nenhum prisioneiro fosse torturado ou condenado à morte».
Ainda assim, «não houve nenhuma autorização deste Governo ou de outro Governo português» até porque não houve «pedido formal» dos Estados Unidos para a passagem dos voos. «O Governo não autorizou, não houve autorização nenhuma porque não houve nenhum pedido formal para sobrevoo. Se tivesse havido, como eu disse, uma das condições que tinha sido colocada é que ela (autorização) seria pública, mas só depois da operação se realizar por razões de segurança óbvias», disse.
O ministro diz que a esse respeito têm sido publicadas «notícias menos rigorosas», «manipulando aqui e ali dados» e «confundido voos da CIA e de repatriamento».
As declarações do chefe da diplomacia portuguesa foram feitas depois de o jornal El País ter divulgado hoje telegramas diplomáticos dos Estados Unidos, disponibilizados pelo 'site' WikiLeaks, indicando que o primeiro-ministro, José Sócrates, e o próprio Amado autorizaram que voos de repatriamento de detidos de Guantanamo sobrevoassem território nacional ou utilizassem a base das Lajes, sem nunca o reconhecerem publicamente.
«Sócrates aceitou permitir o repatriamento, caso a caso, de combatentes inimigos a partir de Guantanamo, através da base das Lajes», nos Açores, escreve o embaixador Alfred Hoffman num telegrama remetido de Lisboa a 7 de Setembro de 2007 e citado pelo El País.

Fonte: http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=7092

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...