Os helicópteros Alouette III (Al III) eram aparelhos franceses concebidos para actuação civil de transporte de passageiros e cargas e salvamentos em altas altitudes (Alpes). Os portugueses foram os primeiros a utilizá-los operacionalmente em operações de combate, tendo nos dois primeiros anos, em Angola, realizado mais de 10.000 horas de voo sem acidentes.
Posteriormente, vieram a equipar Esquadras de voo nos teatros de guerra da Guiné e de Moçambique.
Fabricados pela Aérospaciale (Sud-Aviation) estavam equipados com uma turbina Turbomeca Artouste IIIB de 870 cavalos e podiam transportar até 6 passageiros, além do piloto, com um peso máximo à descolagem de 2.100 Kg.
Em termos de utilização operacional foi utilizado como transporte de pessoas e
carga, evacuações sanitárias de feridos a partir do local do incidente, heliassalto a objectivos militares transportando tropas de ataque e largando-as, com a surpresa possível, próximo do objectivo. Os Al III foram posteriormente equipados com 1 canhão de 20 mm com bala explosiva que disparava lateralmente, levando neste caso, como tripulantes, o piloto e um atirador. Dada a flexibilidade do aparelho e a cadência de tiro do canhão, esta arma revelou-se extremamente eficaz no apoio táctico às nossas forças e na perseguição de adversários (“turras”) em fuga.
A Força Aérea adquiriu um número considerável destes aparelhos, 142, alguns dos quais ainda hoje voam, tendo sido o Al III um aparelho determinante na guerra de guerrilha que se desenvolveu nos três teatros de operações, e os seus pilotos e tripulantes realizado proezas notáveis nas actuações que foram chamados a desempenhar.
Serviço em Portugal
Os SE-3160 Alouette III (ALIII) foram adquiridos pela Força Aérea Portuguesa a partir de abril de 1963 como complemento aos poucos aparelhos Alouette II já em serviço, para actuarem nas operaçoes militares a decorrer em Angola, Guiné Portuguesa e Moçambique. O Alouette III tornou-se num dos principais ícones da Guerra do Ultramar, ficando famosas as imagens dos Páraquedistas e Comandos a saltar dos aparelhos, enquantos estes pairavam a cerca de 3 metros do solo, durante as operações de heli-assalto.
Os ALIII básicos desarmados, com o nome de código "Canibais" realizavam essencialmente operações de transporte, heli-assalto e evacuação sanitária. A estes ALIII juntaram-se os helicanhões, com o nome de código "Lobos Maus", com um canhão de 20 mm montado virado para bombordo, disparado por um apontador através da porta lateral aberta. Em 1973 realizaram-se algumas experiências no sentido de incorporar lança-foguetes de 37 mm ou 2,75", mas nunca chegaram à fase operacional.
A Força Aérea Portuguesa adquiriu um total de 142 Alouette III, o segundo maior número de um único modelo de aeronave ao serviço de Portugal, logo a seguir ao North-American T-6.
Actualmente, os aparelhos remanescentes são utilizados na Base Aérea de Beja essencialmente para instrução e como utilitários.
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