FOI AO SERVIÇO DA FORÇA AEREA PORTUGUESA QUE ESTE CAÇA FOI UTILIZADO EM TEATROS OPERACIONAIS (GUERRA REAL)
O FIAT G-91 foi um caça-bombardeiro leve, vencedor de uma competição da NATO, com o objectivo de encontrar um avião de ataque ligeiro, barato, com baixo custo de manutenção, capacidade para operar a partir de pistas curtas e rudimentares e capaz de boas performances e desempenho.
Foi introduzido e operado pela Aeronautica Militare Italiana, posteriormente pela Luftwaffe da Alemanha e Força Aérea Portuguesa, ao serviço da qual efectuou missões de combate, na denominada Guerra Colonial Portuguesa.
Vários países ignoraram o projecto ou cancelaram as suas encomendas, o caso da Grécia, da Turquia, da França, da Áustria e dos Estados Unidos, apesar destas contrariedades foi produzido ao longo de 19 anos e manteve-se operacional por mais de 35, os pilotos Alemães e Portugueses alcunharam-no de "Gina" de forma carinhosa.
Desenvolvimento e Produção
Numa tentativa de obter um padrão nos equipamentos e suas capacidades a NATO anunciou em 1954 um concurso para equipar os países membros com um caça-bombardeiro moderno de apoio táctico, obedecendo aos seguintes parâmetros:[1]
Capaz de atacar veículos blindados, concentração de tropas, instalações petrolíferas e ou industriais e alvos de oportunidade em movimento.
Capaz de missões de interdição, nomeadamente comboios, barcaças ou outros transportes similares de tropas.
Capaz de operar a partir de auto-estradas, pistas não preparadas ou rudimentares e com uma corrida à descolagem para ultrapassar um obstáculo de 15 metros de altura, não superior a 1 100 metros.
Capaz de sustentar a velocidade de mach 0.95 durante pelo menos 30% da missão, um raio de acção de 280 Km e permanecer na área do alvo durante 8 a 10 minutos.
Boa manobrabilidade e alta taxa de rolamento ventral.
Protecção blindada contra fragmentos de explosões e fogo de armas ligeiras, para o piloto e tanques de combustível.
Armado com quatro metralhadoras ou dois canhões, assim configurados: 4x12.7mm ou 2x20mm ou 2x30mm, com provisão para 300, 200 e 120 tiros respectivamente.
Capaz de transportar armamento externo em pelo menos uma estação debaixo de cada asa, com capacidade de até 230Kg.
Equipado internamente com pelo menos: rádio na banda UHF, identificador IFF e sistema de navegação táctico TACAN.
Em 1956 a FIAT apresentou o protótipo do G.91, o qual tinha algumas semelhanças com o maior F-86K, então construído sob licença. Era um avião pequeno com asas em flecha, trem de aterragem em triciclo e canopy espaçosa em forma de bolha. Em voo mostrava-se ligeiro e manobrável e com capacidade de transporte para vários tipos de armamento.
Os testes de voo tiveram início em 1957 e demonstraram uma superioridade clara do G.91 em desfavor dos oponentes Franceses, Dassault Étendard VI e Breguet Taon.[2]
Os testes de voo tiveram início em 1957 e demonstraram uma superioridade clara do G.91 em desfavor dos oponentes Franceses, Dassault Étendard VI e Breguet Taon.[2]
Apenas em 1958 foi anunciada a vitória do G.91 na competição, devido essencialmente a querelas políticas organizadas pela França, que nunca se mostrou conformada com a eliminação dos seus aviões. A boa impressão causada pela aeronave Italiana, motivaram um interessante número de encomendas, ou intenções de compra. A Itália encomenda 50 R/1 a própria França encomendou 50 G.91R/2, a Grécia e a Turquia colocaram encomendas para 25 G.91R/4 para cada Força Aérea, a Alemanha encomendou 50 unidades do modelo R3, logo seguida de uma nova encomenda de 294 exemplares do mesmo modelo, mas construídos por um consórcio Alemão liderado pela Dornier e do qual faziam parte a Messerschmitt e a Heinkel.[nota 1] A Áustria encomendou 12 G.91R/3 e dois da versão de treino ainda em desenvolvimento, a Suíça e a Argentina demonstram um acentuado interesse e os estudos tendentes a obter uma versão de longo alcance destinada à Noruega encontravam~se em estado avançado.[3]
No inicio de 1961, quatro G.91 foram transportados para os Estados Unidos, a bordo de um C-124 Globemaster II e colocados dois à disposição do Exército dos Estados Unidos em Fort Rucker no Alabama e os restantes dois à disposição da USAF na base aérea de Kirkland no Novo México. Após intensos e variados testes, durante os quais foi perdida uma aeronave em acidente operacional,[nota 2] tendentes a avaliar o G.91 como futuro avião de suporte aéreo táctico do Exército dos Estados Unidos.
Uma mudança na doutrina táctica nas forças armadas Americanas, que atribuiu à USAF a missão de apoio às forças terrestres com aviões de asa fixa, deitou por terra a eventual compra do G.91, já que o mesmo foi declarado não satisfatório pela Força Aérea dos Estados Unidos.[4]
Uma mudança na doutrina táctica nas forças armadas Americanas, que atribuiu à USAF a missão de apoio às forças terrestres com aviões de asa fixa, deitou por terra a eventual compra do G.91, já que o mesmo foi declarado não satisfatório pela Força Aérea dos Estados Unidos.[4]
Após o revés Norte-Americano, rivalidades políticas e querelas mal resolvidas após a Segunda Guerra Mundial, ditaram a anulação das encomendas da França, logo seguida da Áustria que alegou um conflito fronteiriço, da Grécia que apesar de já ter recebido quatro exemplares, declinou os restantes, optando pelo F-5A Freedom Fighter oferecido pelos Estados Unidos ao abrigo do programa de ajuda mútua, o mesmo sucedeu com a Turquia. A Noruega Suíça e Argentina não voltaram a manifestar interesse na aquisição.[5]
Envolvimento Operacional
Em Março de 1966, foram embarcados os oito FIAT G.91R/4 que iriam constituir a Esquadra 21 "Tigres" na Base Aérea n.º 12 em Bissalanca ex Guiné Portuguesa, a qual se tornou operacional em finais de Junho do mesmo ano. Regressaram a Portugal em 1974, após mais de 14 000 horas de voo em missões de combate, com um saldo de um piloto perdido e sete aeronaves abatidas:[13]
22 de Fevereiro de 1967 - Fiat G.91R/4 "5407", pilotado pelo Major Armando Augusto dos Santos Moreira (Comandante da Esq. 121). Devido à explosão prematura de uma bomba.
28 de Julho de 1968 - Fiat G.91R/4 "5411", pilotado pelo Tenente-coronel Francisco da Costa Gomes (Comandante do Grupo Operacional 1201), devido a disparos de arma de 12,7mm no lado de lá da zona de fronteira com a Guiné-Conakry.
25 de Março de 1973 - Fiat G.91R/4 "5413", pilotado pelo Tenente Miguel Cassola Cardoso Pessoa, abatido por um míssil SAM-7 "Grail".
28 de Março de 1973 - Fiat G.91R/4 "5419", pilotado pelo Tenente-coronel José Fernando de Almeida Brito (Comandante do Grupo Operacional 1201),[nota 9] abatido por um míssil SAM-7 "Grail".
1 de Setembro de 1973 - Fiat G.91R/4 "5416", pilotado pelo Capitão Carlos Augusto Wanzeller, devido a problemas mecânicos.
4 de Outubro de 1973 - Fiat G.91R/4 "5409", pilotado pelo Capitão Alberto Roxo da Cruz, devido a falha mecânica.
31 de Janeiro de 1974 - Fiat G.91R/4 "5437", pilotado pelo Tenente Victor Manuel Castro Gil, abatido por um míssil SAM-7 "Grail".[nota 10]
Entre Novembro de 1968 e Abril de 1960 ficam operacionais os oito primeiros Fiat G.91R/4 na Base Aérea Nº 10 (BA10) na Beira com destino ao Aeródromo Base Nº5 (AB5) em Tete integrados na recém formada Esquadra 502 "Jaguares", em Julho de 1970 chegam à Base Aérea Nº 10 (BA10) na Beira os primeiros dois de um total de oito (que chegarão faseados até ao final do ano), para integrar a Esquadra 702 "Escorpiões" criada em Setembro de 1970 e destinada a operar a partir do Aeródromo Base Nº5 (AB5) em Nacala. Ambas as esquadras usavam destacamentos em Nampula no Aeródromo de Manobra 52 (AM52), em Porto Amélia e no Aeródromo de Manobra 51 (AM51) em Mueda, para além de outros destacamentos não permanentes no Aeródromo Base Nº6 (AB6) Nova Freixo, Aeródromo de Manobra 61 (AM61) Vila Cabral.
A partir de 1973 as forças da Frelimo são equipadas com o míssil SAM-7 "Grail", o que obriga os pilotos portugueses a serem mais cautelosos no planeamento das missões. O único Fiat G.91R/4 perdido foi o 5429 da Esquadra 502, pilotado pelo Tenente Emílio Lourenço, devido à explosão prematura de uma das bombas que transportava.
A partir de 1973 as forças da Frelimo são equipadas com o míssil SAM-7 "Grail", o que obriga os pilotos portugueses a serem mais cautelosos no planeamento das missões. O único Fiat G.91R/4 perdido foi o 5429 da Esquadra 502, pilotado pelo Tenente Emílio Lourenço, devido à explosão prematura de uma das bombas que transportava.
Em 1974 após a mudança de regime político em Portugal os Fiat G.91 começam a abandonar Moçambique de regresso à Base Aérea N.º6 (BA6) no Montijo.[14][15]
De regresso a Portugal no final de 1974 alguns Fiat G.91R/4 oriundos das Esquadras 502 e 702 que operaram em Moçambique, foram desviados para Base Aéra N.º 9 (BA9) em Luanda, onde substituíram os F-84G Thunderjet na Esquadra 93 "Magníficos", antevendo uma possível guerra civil. Foram retirados em Janeiro do ano seguinte, tendo efectuado apenas uma missão de combate, contra forças que lutavam pela libertação do enclave de Cabinda.[15]
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Fontes:
VIDEOS
EM MEMÓRIA DE TODOS OS EX-COMBATENTES QUE SERVIRAM A PÁTRIA PORTUGUESA
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