sexta-feira, 16 de novembro de 2012

TDT: Investigador que falou em corrupção diz-se censurado

O investigador da Universidade do Minho Sergio Denicoli acusou na quinta-feira a Portugal Telecom de “tentativa de intimidação” e “censura de pensamento”, com a ameaça de processo judicial por causa da sua tese de doutoramento sobre a TDT.
“Considero que [a ameaça de processo judicial] foi uma tentativa de intimidação e de censura a um trabalho académico legítimo, que traz à tona um debate interessante para a sociedade, que movimenta e toca interesses, inclusive económicos”, disse à Lusa Sergio Denicoli.
Segundo o investigador, "há fortes indícios de corrupção" no processo, com a alegada “captura” do regulador (Anacom) pela Portugal Telecom (PT).
O presidente executivo da Portugal, Zeinal Bava, já disse que iria levar o investigador a tribunal.
"Não há processo de corrupção nenhum, há uma tese de alguém que faz acusações e agora vamos deixar que o tribunal apure o que levou essa pessoa a dizer coisas muito graves e que atentam contra a honra da PT", afirmou Zeinal Bava.
A Anacom também já veio a público defender a transparência do processo, garantindo que seguiu “todos os procedimentos a que estava obrigada nos termos da legislação em vigor”.
Por isso, admite igualmente recorrer aos tribunais para reparação dos danos reputacionais decorrentes da tese de Sergio Denicoli.
Na quinta feira, o Grupo de Alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho promoveu um debate sobre “O Poder e a Liberdade de Investigação”, na sequência da polémica suscitada pela tese de doutoramento de Sergio Denicoli, sobre o processo de implementação da televisão digital terrestre (TDT) em Portugal.
Sergio Denicoli manifestou-se “tranquilo”, sublinhando que o eventual processo judicial será até uma “oportunidade” de discutir o assunto “na esfera pública”.
“Fiz uma tese, apresento dados e chego a algumas conclusões. Aponto que há indícios de captura regulatória, que há indícios de corrupção, e quero que isso seja investigado, porque hoje a população tem um serviço que apresenta muitas falhas”, referiu.
Acrescentou que a TDT em Portugal tem uma quantidade de canais e de serviços “muito inferior” aos demais países da União Europeia.
“A TDT em Portugal não existe. A imagem é fraca, as pessoas têm muita dificuldade em ver televisão, quem quiser ver com qualidade tem de pagar para isso”, criticou.
Lusa / SOL
Fonte: SOL

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