terça-feira, 9 de abril de 2013

NASA propõe à Rússia projeto conjunto para desviar asteroide


asteroide, espaço
© krystianmajewski / flickr.com

A NASA propôs à agência aeroespacial russa Roscosmos realizar em conjunto um projeto interessante, revelou à emissora Voz da Rússia, o chefe da Roscosmos, Vladimir Popovkin, especificando "que se trata de atrair para a órbita lunar um pequeno asteroide a fim de estudá-lo mediante uma expedição pilotada ou através de ferramentas automatizadas".

A entrevista de Vladimir Popovkin, na qual ele falou sobre o atual perigo de colisão de asteroides com a Terra, coincidiu com um novo plano da NASA divulgado nos EUA . Em 2019, os EUA pretendem lançar uma nave-robô espacial em direção a um asteróide de 500 toneladas, com vista a desviá-lo para uma órbita em redor da Lua. Em caso do sucesso, dentro de 2 anos, enviar para lá uma nave tripulada Orion. Os tripulantes desembarcarão na superfície do corpo celeste e recolherão amostras do solo. A missão se estima em 2,6 mil milhões de dólares, sendo necessário, na primeira fase do projeto em 2014, gastar para o efeito 100 milhões dólares com o único objetivo de selecionar asteroide necessário.

É aé que surge a pergunta sobre o papel da Rússia. É prematuro falar disso por o projeto em causa ser ainda bastante vago, opina Igor Marinin, redator-chefe da revista Novosti Kosmonavtiki (Novidades da Cosmonáutica):

"Os EUA ainda não têm um projeto concreto. Nem a NASA, nem o Departamento de Estado firmaram ainda quaisquer contratos de realização deste programa. Por isso, seria prematuro falarmos da nossa eventual participação no projeto. Do meu ponto de vista, os EUA não conseguirão encontrar bilhões dólares para a concretização do programa, que não passará de uma simples pesquisa. Quem disse ser mais conveniente estudar um asteroide a partir da órbita lunar e não por meio da trajetória de vôo? Tal projeto parece-me inviável."

A Rússia conta com bons especialistas nessa área e uma excelente base produtiva. Resta saber se os EUA farão encomendas no setor aeroespacial russo em uma altura em que a sua indústria não vive os melhores tempos, acentua Yuri Kardash, membro-correspondente da Academia Nacional de Ciências:

"Os EUA costumam seguir um princípio: cada participante de projetos internacionais assume as respetivas despesas. Se a Rússia for convidada a participar nesse projeto, terá de arcar com as suas despesas. Que benefícios terá ela, não posso imaginar. Claro que se trata de um projeto ambicioso. Resta aclarar que papel caberá à Rússia."

Há muitas outras incógnitas. Lembre-se que o objetivo do programa espacial estratégico dos EUA consiste no desembarque de astronautas num asteróide em 2025. E esse objetivo se mantém. Como é que este programa se coaduna com um novo projeto de investigação do asteróide? Isto será feito no âmbito de um só programa? Ou os prazos foram alterados e adiados por 4 anos? Comenta Yuri Kardash:

"Pelos vistos, esta missão será uma espécie de ensaio do futuro voo. O projeto em causa não ultrapassará os limites de tal experiência. A maior parte dos cientistas da NASA chega à conclusão de que tal missão poderia não ter sucesso. Mais interessante e útil seria organizar uma expedição rumo a Marte."

Tudo indica que nas próximas semanas vamos conhecer mais informações sobre a nova missão. Vamos saber se  a Rússia participará, como será a nave-robô espacial e como será possível desviar o asteroide da sua órbita. Se o projeto em causa for exequível, será possível ainda treinar ações visando a "captura" e posterior desvio do corpo celeste. Cedo ou tarde, tais técnicas serão usadas para o bem da Humanidade.


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