quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A razão que o pode levar a «acabar» com o Google


Motor de busca armaneza dados de utilizadores. Mas há alternativas que têm na privacidade do utilizador a sua principal prioridade.

Corria o ano de 2008 quando, no estado de Filadélfia, Gabriel Weinberg, ex-aluno do MIT, decidiu criar um motor de busca para fazer frente ao gigante da Google.

Deu-lhe o nome de DuckDuckGo, um local de procura de informação onde «não se recolhe nem se partilham dados referente aos utilizadores».

Esta retenção de dados acontece porque o motor de busca de Weinberg não armazena a informação transmitida de forma automática pelo computador do utilizador. Dados como o IP (número de identificação único do computador) ou outras pegadas digitais, ficam de fora dos arquivos da startup.

«Quando se acede ao website do DuckDuckGo ou a qualquer outro website, o browser envia, automaticamente, informação sobre o computador do user (...). Uma vez que essa informação poderá ser utilizada para relacionar o utilizar com as pesquisas, nós não a guardamos», lê-se na política de privacidadedo website. 

Julia Angwin, autora do livro «Dragnet nation», que aborda questões sobre vigilância e segurança online, descobriu recentemente o novo agregador de informação. «O DuckDuckGo não sabe que vivo em Nova Iorque por isso, quando pesquisei pelo Museu de História Natural, apareceu o Museu de História Natural de Los Angeles. Para comparar, fiz a mesma pesquisa no Google que adivinhou que eu estava em Nova Iorque e que colocou o Museu Americano de História Natural de Manhattan no topo dos resultados».

Uma rápida pesquisa na barra da procura do DuckDuckGo revela uma das grandes dependências dos utilizadores em relação ao Google. Aqui, não é necessário escrever a totalidade da palavra ou da frase que procuramos. 

Bastam algumas letras que o Google nós dá de imediato uma série de sugestões - apesar de quase sempre certeiras, algumas delas em nada se relacionam com a pesquisa. Ainda assim, e porque as lemos, suscitam-nos interesse.

Esta circunstância leva-nos a passar mais tempo a navegar na Internet, a esquecer a pesquisa original e interessarmo-nos por assuntos secundários: «Ao escrever a letra "a", o Google sugere "amazon" e, de repente, lembro-me que preciso de encomendar alguma coisa na Amazon.com», conta Angwin.

Em 2013, o DuckDuckGo teve um total de mil milhões de pesquisas. Um número que se deve, segundo Gabriel Weinberg, à transparência e rigor na política de privacidade e às respostas certeiras e instantâneas às pesquisas dos utilizadores.

O DuckDuckGo ainda não é considerado um concorrente feroz do Google. A startup não tem um serviço autónomo de mapas, notícias ou imagens. No entanto, a atual conjuntura social e tecnológica joga a seu favor. 

Os utilizadores estão vez mais conscientes da noção de privacidade no universo online. Casos como o da espionagem cibernética da NSA e outros escândalos sobre furos nos sistemas operativos, despertaram o público para a problemática da monitorização de dados por terceiros.
Fonte: TVI

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