quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Cientista de Harvard ilumina neurónios para encontrar curas para doenças do cérebro

Cientista de Harvard ilumina neurónios para encontrar curas para doenças do cérebro

O vídeo começa com uma imagem de um neurónio espectral cinzento. Uma onda de lampejos vermelhos num dos braços da célula do cérebro desaparece, depois retorna, descendo pelo cacho até ao núcleo da célula e enchendo-a de cor.

A filmagem captura um disparo de neurónios, permitindo que os investigadores vejam o sinal fluindo através de toda uma célula pela primeira vez. Ver essas células a funcionar pode possibilitar que os cientistas monitorizem e meçam a atividade cerebral, incluindo padrões de disparo de células afectadas por desordens como epilepsia ou esclerose múltipla.

O vídeo, publicado online no jornal Nature Methods, mostra um novo método para converter a atividade eléctrica em luz fluorescente. Essa tecnologia incipiente foi descoberta pelo neurocientista Adam Cohen, da Universidade de Harvard, um nova-iorquino de 35 anos com dois doutoramentos no currículo. Empresas farmacêuticas como a Biogen Idec Inc. e a GlaxoSmithKline Plc já se prontificaram a colaborar com a empresa de biotecnologia de Cohen, a Q-State Biosciences, esperando avançar no desenvolvimento de medicamentos.

«Conseguir um bom sensor de voltagem foi o santo graal desse campo nos últimos 40 anos», disse Michael Hausser, neurocientista da University College London que não esteve envolvido no projecto de Cohen. «Os sinais são a linguagem do cérebro - se tiver um bom sensor, ele abre um mundo completo de experiências diferentes e, potencialmente, de novas terapias.»

O trabalho de Cohen é baseado num organismo unicelular do Mar Morto, o Halorubrum sodomense, que tem uma proteína que converte luz em energia. Embora proteínas similares tenham sido usadas por outros pesquisadores para estimular com luz os cérebros de ratos, Cohen teve uma ideia diferente: será que ele poderia fazer a proteína funcionar ao contrário para que esta sentisse a eletricidade e a transformasse em luz?

Se a sua ideia funcionasse, os cientistas poderiam visualizar a actividade eléctrica em neurónios, as células que são componentes-chave do cérebro, na medula espinhal e no sistema nervoso central.


Fonte: DD

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