quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

NASA deteta possíveis sinais de vida em Marte

O robô Curiosity, mostrado aqui numa concetualização feita em 2011, fez as medições destas variações nos níveis de metano em Marte

Variações no gás metano detetadas pela sonda Curiosity são difíceis de explicar. Cientistas admitem que sejam sinal de vida no Planeta Vermelho.

O robô Curiosity da NASA detetou variações nos níveis de metano na atmosfera de Marte, o que pode ser um sinal de vida, visto que, na Terra, a maior parte do metano que existe é de fonte biológica.

Por quatro vezes ao longo de um período de dois meses, oCuriosity mediu um aumento súbito nos níveis de metano, que depois se dissiparam com a mesma rapidez. Não se conhece a causa da flutuação, que pode ser biológica (produzida por seres vivos), ainda que a origem geoquímica (produzida por fenómenos geológicos) não esteja ainda excluida.

Chris Webster, autor principal do artigo científico sobre a medição dos níveis de metano que foi publicado na revistaScience, explica que, como a maior parte do metano que existe na Terra é produzido por fontes biológicas, "a esperança tem sido que 'metano em Marte' pudesse ser reduzido a 'vida em Marte".

"Mas ainda não podemos distinguir se os níveis altos de metano que estamos a ver serão produzidos geoquimicamente ou biologicamente", disse Webster à revistaScientific American.

A maior parte do metano da Terra vem de bactérias anaeróbias (que não precisam de oxigénio para se desenvolverem). Em Marte, o nível base de metano na atmosfera é muito baixo, tão baixo que inicialmente nem era detetado pelos sensoresdo Curiosity. Por isso, poderá ser gerado pela produção de metano que acontece quando a radiação ultravioleta do sol atinge resíduos de carbono deixados no planeta pelo impacto de objetos espaciais como meteoritos ou rasto de cometas.

Essa explicação, no entanto, não se aplica às subidas e descidas drásticas nos níveis de metano que a nova investigação publicada na Science revela. Os resultados, cuidadosamente analisados e testados pela equipa de Chris Webster, mostram que a fonte mais provável do metano seriam processos misteriosos que acontecem longe do Curiosity, sendo que o gás lhe é trazido no vento.

Se a fonte for biológica, Webster garante à Scientific American que é possível, agora, descobri-la. Na Terra, o metano produzido por bactérias é um pouco diferente do metano de outras fontes, visto que usam um tipo diferente de carbono para o produzir. Como tal, a equipa de Webster está agora preparada para fazer medições que consigam distinguir qual a fonte do metano, usando esse marcador.

Por agora, tal como garante Paul Mahaffy da NASA ao portalSpace.com, "tudo o que podemos fazer é pensar nas possibilidades". "E devemos certamente ter uma mente aberta", defende o cientista. "Talvez haja micróbios em Marte a produzir metano, mas não podemos dizer isso com nenhuma certeza. É apenas especulação neste momento".

Fonte: DN

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