quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Cientistas continuam perplexos com misteriosos “sinais de rádio extraterrestres”


As misteriosas rajadas rápidas de rádio, potenciais “sinais extraterrestres”, não são acompanhadas por fluxos de neutrino, o que as torna ainda mais enigmáticas, de acordo com os astrónomos.

Num artigo publicado no Astrophysical Journal, Justin Vandenbroucke da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) afirmou que “neutrinos e rajadas rápidas de rádio são os dois enigmas mais interessantes do Universo neste momento. Acreditamos que possam estar ligados entre si. No entanto, tal ligação não existe, o que indica que buracos negros e erupções de raios gama não sejam as fontes desses sinais de rádio”.

Pela primeira vez, astrónomos começaram a estudar misteriosas rajadas rápidas de rádio (fast radio-burst, FRB, em inglês), quando as últimas foram descobertas por acaso durante observações através do telescópio Parkes (Austrália).

Nos anos que se seguiram, os cientistas conseguiram encontrar traços de mais nove erupções semelhantes, cujo estudo mostrou que podem ser de origem artificial, não sendo excluída, assim, a possibilidade de serem sinais de civilizações extraterrestres devido à periodicidade de sua estrutura.

Mais posteriormente, astrofísicos descobriram que sinais FRB são repetitivos, encontrando outras propriedades extraordinárias dos mesmos, incompatíveis com as versões sobre origem natural das erupções.

Vandenbroucke e os seus colegas observaram as erupções com o telescópio de neutrinos IceCube no Pólo Sul e descobriram novas provas de que buracos negros e fortíssimas explosões de estrelas não podem originar estes sinais de rádio enigmáticos.

Ao realizarem observações, os cientistas basearam-se num princípio simples – a maioria das “explosões espaciais” é acompanhada de grandes emissões de neutrino. Deste modo, se as rajadas FRB fossem originadas naturalmente, seriam acompanhadas por um fluxo de neutrino de força igual.

No total, a equipa de cientistas do IceCube e astrónomos do observatório Parkes conseguiram seguir 30 sinais de rádio, inclusive 17 que vieram do mesmo lugar.

Em nenhum dos casos, o radar especial detectou traços destas partículas, o que prova que erupções de raios gama, super novas e buracos negros não podem ser fontes destes “sinais extraterrestres”.

Por sua vez, comenta Vandenbroucke, após esta descoberta, os cientistas estão mais próximos de descobrir a origem destas erupções, que são agora mais misteriosas, para já que, a partir de agora, uma série de astros não pode servir de fonte.

A equipa de IceCube planeia em breve realizar mais uma série de observações de erupções FRB para detetar a sua origem.

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