Cientistas da Universidade Nacional de Estudos Tecnológicos e estudiosos canadianos elaboraram ligas metálicas com memória de forma, cuja flexibilidade é parecida com a do tecido ósseo.
Criado somente a partir de metais compatíveis biologicamente (titã, zircónio, nióbio), o material pode prolongar muito o prazo de funcionamento de implantes médicos. O artigo sobre a elaboração foi publicado na revista Materials Science and Engineering: A.
O tecido ósseo por muito tempo foi considerado único pelas suas características: ao mesmo tempo, ele é flexível e sólido, o que lhe permite funcionar no organismo dezenas de anos com cargas permanentes cíclicas. Mas, às vezes, ossos são danificados ao ponto de ser necessário substituí-los.
Nos últimos anos, o transplante mais popular de ossos corresponde aos implantes de titãs compatíveis com os tecidos vivos do corpo humano. Contudo, eles têm uma desvantagem – não são tão flexíveis como os ossos, fazendo com que muitas vezes haja um desbalanceamento mecânico-biológico do organismo humano. O tecido ósseo para de receber carga, função que é passada para um material mais duro do implante. Enfim, as células do tecido morrem, porque o organismo deixa de considerá-las importantes. Por causa disso, desaparece a ligação do implante com o osso, obrigando, assim, sua substituição.
Assim como o anterior, titanífero, as ligas de titã, zircónio e nióbio são muito resistentes ao impacto do agressivo organismo humano. Graças à flexibilidade igual ao do osso, os implantes desta liga são muito mais duráveis.
"O nosso grupo científico internacional, junto com o parceiro industrial Konmet, está elaborando uma tecnologia industrial para criação de varas de corte redondo para futuros implantes. Para que sejam criadas duráveis ligas metálicas de estrutura interna, que garantam a melhor combinação de suas características funcionais, é de extrema importância que os procedimentos precisos, incluindo vários tipos de processamento do aprovisionamento por pressão em altas temperaturas. Com as barras metálicas recebidas planeia-se fazer vigas para os sistemas de fixação perpendicular da coluna vertebral. Tais sistemas são fixados na coluna pelos pendículos das vértebras, de onde saiu o nome do procedimento. Eles são aplicados no tratamento de complexas escolioses. As barras das ligas de titã, zircónio, nióbio vão ser duradouras e, graças à baixa dureza, será diminuído o risco de causar traumas no paciente, melhorando, assim, sua qualidade de vida", conta um dos elaboradores da Universidade Vadim Sheremetiev.
A nova liga super-resistente também pode ser usada na medicina personalizada. Os cientistas aprenderam a criá-lo em pó, tornando-o adaptável a outras tecnologias. Por isso, com ajuda de impressoras 3D, como o pó podem ser feitos implantes de metal a um nível de porosidade necessário.
"O material possui baixo indicador do módulo de Jung, por isso é muito resistente e não dificulta o recebimento de carga necessária para o tecido ósseo. A liga tem uma resiliência grande de corrosão. Pode substituir invenções ocidentais (Dynesis, PEEK), que são muito usadas na medicina. Talvez, tecnologias do novo material serão aplicadas como método funcional da estabilização na cura de várias doenças degenerativas e deformações da coluna vertebral. Acho que a nova liga elaborada tem grandes perspectivas na traumatologia, ortopedia e vertebrologia", comentou o líder do grupo de vertebrologia do Instituto Central de Pesquisas e Ortopedia de Priorov, Aleksandr Kuleshov.
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