quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Os mamíferos só se tornaram diurnos depois de os dinossauros se extinguirem


Os mamíferos passaram os seus primeiros 100 milhões de anos no escuro e só começaram a sair durante o dia quando os dinossauros desapareceram, há 66 milhões de anos atrás, revelou um estudo publicado esta segunda-feira na revista Nature.

O estudo – conduzido pela University College London (UCL), no Reino Unido, e pelo Museu de História Natural Steinhardt, da Universidade de Tel Aviv, em Israel – apoia uma das teorias evolutivas mais antigas, que afirma que o antepassado comum de todos os mamíferos é um animal noturno.

Os cientistas da UCL e da Universidade de Tel Aviv analisaram dados de 2.415 espécies de mamíferos vivos. Através da compilação de hábitos de comportamento e da análise da árvore genealógica dos mamíferos, usaram algoritmos para reconstruir padrões de atividade prováveis dos nossos antepassados.

Ou seja, se dois mamíferos intimamente relacionados um com o outro são noturnos, o antepassado comum provavelmente também era.

Tamar Dayan, outra autora do estudo e professora de Zoologia na Universidade de Tel Aviv, destacou a importância de analisar grandes quantidades de informação tanto sobre o comportamento dos mamíferos antepassados como dos mamíferos atuais, já que os registos fósseis de animais que viveram há milhões de anos são muito limitados.

Os resultados indicaram que os mamíferos se tornaram diurnos pouco depois da extinção dos dinossauros, ainda que a mudança não tenha ocorrido da noite para o dia.

Houve uma fase, que durou vários milhões de anos, na qual os mamíferos combinavam atividades noturnas com atividades diurnas. Esta fase coincidiu com a sequência de eventos que provocaram a extinção dos dinossauros.

“Ficamos surpreendidos quando descobrimos esta correlação entre o desaparecimento dos dinossauros e o começo da atividade diurna dos mamíferos, mas, usando várias análises alternativas, obtivemos sempre os mesmos resultados”, destacou em comunicado o principal autor do estudo, Roi Maor.

A equipa de Maor constatou também que os antepassados dos símios primatas – gorilas, gibões e saguis – foram dos primeiros mamíferos a abandonar a vida noturna, há cerca de 52 milhões de anos atrás. Isso explica o porquê de os primatas se terem adaptado melhor ao modo de vida diurno: tiveram mais tempo para se adaptar ao sol.

De facto, os macacos e os primatas (incluindo os humanos) são os únicos mamíferos diurnos com olhos evoluídos. A sua capacidade de distinção de cores é comparável à de répteis e aves diurnas, dois animais que sempre viveram de dia, lembram os especialistas.

O estudo apoia a hipótese de que a extinção dos dinossauros abriu novas portas para os mamíferos, nomeadamente a alimentação diurna. Mas “não podemos dizer que a extinção dos dinossauros provocou o começo da atividade diurna dos mamíferos, embora haja uma relação clara nas descobertas”, explica Kate Jones, co-autora do estudo.

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