Terra e Marte são planetas vizinhos e isso leva-nos a crer que se formaram na mesma região do Sistema Solar. Mas por que são as suas composições tão distintas? Um novo estudo pode ter a resposta.
Um estudo publicado na revista Earth and Planetary Science Letters, sugere que o planeta Marte poderá ter “crescido” na cintura de asteróides de Kuiper, antes de se ter mudado para a nossa vizinhança.
Apesar de ser uma possibilidade remota para a equipa internacional de investigadores, esta não deixa de ser uma possibilidade que se encaixa nas explicações alternativas sobre o nascimento do nosso Sistema Solar.
“A formação de Marte no cinturão de asteróides ocorreu muito cedo na história do planeta, muito antes de a crosta se estabilizar e de a atmosfera ter sido estabelecida”, explicou à revista Astrobiology, Stephen Mojzsis, geólogo da Universidade do Colorado e um dos autores do estudo.
A massa de Marte é apenas cerca de 11% da massa da Terra, e é composta por materiais que o tornam mais parecido com um meteorito do que com o nosso planeta. O núcleo possui silicatos mais leves e sugere que nasceu em diferentes condições do que o planeta Terra.
Realizando algumas simulações, a equipa de investigadores estudou alguns modelos de formação do Universo, seguindo, nomeadamente, a hipótese “Grand Tack” – a ideia de que Júpiter começou por migrar para dentro, na direção do Sol, até que a atração de Saturno o fez “voltar para trás” até à sua posição atual.
Os modelos mostraram que Marte se poderá ter formado mais longe do Sol do que se pensava, perdendo assim a massa que a Terra obteve graças à enorme atração de Júpiter. Além de atrair detritos espaciais, Júpiter também poderia ter puxado Marte para a sua posição atual, ao lado do nosso planeta.
Uma das consequências desta hipótese seria uma adolescência mais fria para o planeta vermelho. Confrontados, os cientistas deste estudo argumentam que os bombardeamentos de asteróides poderiam ter produzido períodos mais quentes.
O modelo que mostra que Marte e Terra se formaram um ao lado do outro ainda é o cenário mais provável. Este novo modelo, da cintura de asteróides, tem uma probabilidade de apenas 2%. No entanto, explicaria a distinta composição do planeta vermelho.
“Baixa probabilidade significa uma das duas coisas: que não temos um mecanismo físico melhor para explicar a formação de Marte ou que, na enorme panóplia de possibilidades, acabamos com uma que é relativamente rara“, afirma Mojzsis.
Como é que o nosso Sistema Solar se agregou continua a ser um mistério, mas estamos a aprender cada vez mais sobre a formação dos planetas e a forma como sistemas como o nosso surgiram – e esta nova pesquisa pode revelar-se uma peça crucial no quebra-cabeça.
Ler mais AQUI
Sem comentários:
Enviar um comentário