O astrofísico da Universidade Estatal Lomonosov de Moscovo Vladimir Lipunov elaborou, junto com os seus colegas, uma rede única de telescópios MASTER que permitiu descobrir cerca de 1,5 mil novos objectos no espaço durante os últimos 15 anos.
Mas um dos maiores sucessos para o cientista é que o telescópio instalado na Argentina foi capaz de registar uma colisão entre estrelas de neutrões em agosto do ano passado.
"MASTER, um sistema móvel astronómico de telescópios robotizados, localiza-se em 5 cidades da Rússia, na África do Sul, na Argentina e nas ilhas Canárias", explicou o cientista à Sputnik França.
De acordo com ele, estes robôs não apenas captam fotografias de diferentes objectos que aparecem no céu, mas também os analisam para encontrar novos.
"Os nossos robôs sabem tudo o que é preciso saber sobre o céu. Nós os ensinamos, nós os fizemos baixar catálogos com informações relacionadas".
Assim, graças a esta rede, os pesquisadores conseguiram detectar estrelas variáveis, asteroides, cometas, super novas, etc.
Mas para Vladimir Lipunov uma das descobertas mais importantes foi feita em 17 de agosto passado. Neste dia, o telescópio na Argentina, bem como alguns outros instalados no estrangeiro, gravaram algo sem precedente – uma colisão de estrelas de neutrões. A colisão causou ondas gravitacionais suficientemente fortes para poderem ser detectadas na Terra.
Como sublinhou o cientista, pela primeira vez na história da ciência, astronomia e física, os pesquisadores conseguiram gravar ondas gravitacionais emitidas depois de uma colisão de duas estrelas de neutrões muito densas.
Segundo ele, as consequências desta observação e os dados recebidos podem revolucionar o nosso planeta e mesmo o Universo.
Em 17 de agosto, a cerca de 130 milhões de anos-luz, na galáxia NGC 4993 foram captados vários sinais por alguns telescópios, bem como por outros dispositivos terrestres e espaciais em simultâneo. O MASTER não foi uma excepção.
Era uma colisão de duas estrelas de neutrões que provocaram ondas gravitacionais. Antes, os pesquisadores estavam convencidos que só os buracos negros eram capazes de ter tais efeitos.
Foi a quinta vez que as ondas gravitacionais foram vistas a partir da Terra, os pesquisadores que permitiram esta detecção receberam o Prémio Nobel da Física em 2017.
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