quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Porque é que afinal não houve tsunami após o sismo no Alasca?


Ou melhor, houve um tsunami, mas as ondas não chegaram aos 30 centímetros. Um especialista do serviço geológico norte-americano explica porque é que o Alasca teve "sorte" desta vez

Alerta de emergência. Perigo de tsunami. Vá para pontos altos ou para o interior". O aviso chegou a meio da noite, por mensagem, aos telemóveis no Alasca mas foi cancelado algumas horas depois: As ondas que resultaram do sismo com uma magnitude de 7.9 na escala de Richter e epicentro ao largo do Alasca não chegaram sequer aos 30 centímetros.

No entanto, no Alasca e na Colúmbia Britânica, no Canadá, as regiões abrangidas pelo alerta, ninguém ganhou para o susto, com os tsunamis de 2004 e 2011 ainda bem presentes na memória. O mais recente, no Japão, provocado por um sismo de magnitude 9, desencadeou ondas de mais de 38 metros e matou quase 20 mil pessoas. Acrescente-se um zero para se recordar o número de vítimas mortais do tsunami de 2004 na Indonésia: 200 mil.

O próprio Alasca, em 1964, foi palco de um fortíssimo sismo, de 9.2, seguido de um tsunami, e contabilizou 100 mortos.

Porque é que agora foi diferente? À Verge, Don Blakeman, do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) começa por explicar que o estado do Alasca tem um grande risco sísmico graças à sua localização numa zona de subducção, ou seja, uma área de convergência de placas tectónicas, na qual uma das placas desliza para baixo da outra, neste caso a do Pacífico a deslizar para baixo da norte-americana.

O epicentro deste sismo, no entanto, não foi localizado exatamente no ponto deste deslizamento, mas num pouco mais afastado, numa falha em que os dois blocos se movem horizontalmente, o que tornou o abalo menos suscetível a desencadear tsunamis de grande dimensão.

Quando o epicentro se situa mesmo da zona de subducção,com uma placa a ir para baixo e a outra para cima, aí sim, explica o especialista, formam-se grande ondas, como no caso do Japão e da Indonésia.

Fonte: Visão

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