Mais de 100 espécies de insetos do arquipélago português estão ameaçadas. Lista com as espécies mais ameaçadas foi divulgada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais
O escaravelho dos Açores entrou para a lista das espécies mais ameaçadas do planeta. Na mesma lista constam mais de 100 espécies de insetos do arquipélago português. A lista foi divulgada ontem, quinta-feira, pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês) e inclui 93 577 espécies, das quais 26 197 estão em risco de extinção.
Das mais de 100 espécies na lista vermelha, 74% está em risco de extinção. Segundo a IUCN, estas espécies estão ameaçadas pelas plantas invasoras, que degradaram o seu habitat natural, pelas mudanças no uso dos solos e por um clima cada vez mais seco. Todas as 12 espécies de Tarphius pomboi (o escaravelho endémico da ilha de Santa Maria) estão ameaçadas com extinção.
"Os escaravelhos são componentes chave dos ecossistemas, preenchendo funções críticas como a predação e a polinização", avisa Axel Hochkirch, presidente do Subcomité de Conservação de invertebrados da IUCN.
Estes insetos alimentam-se de madeira em decomposição, musgo e samambaia, mas o gengibre selvagem trazido dos Himalaias está ao poucos a substituir os alimentos destes animais. Na Terceira, estes besouros estão limitados a uma área inferior a um hectare, refere a IUCN. A instituição espera que a recente criação de áreas protegidas possa reverter este cenário.
Outras espécies em vias de extinção
Desta lista vermelha fazem ainda parte os répteis da Austrália (lagartos e cobras), 7% dos quais estão em vias de extinção. Enfrentam ameaças de espécies invasoras, como o gato feral (descendente do gato doméstico), e das mudanças climáticas.
Já a população da raposa voadora da Mauritânia (um morcego) caiu para metade entre 2015 e 2016, "em grande parte devido ao abate implementado pelo governo, motivado por alegados danos às culturas de líchia e manga", refere a IUCN. Desmatamento, ciclones e mortalidade acidental nas linhas de energia de alta tensão também são apontadas como as causas para esta espécie estar ameaçada.
A Aquilária, uma árvore asiática muito procurada pelo seu perfume, passou de vulnerável para integrar a lista das espécies ameaçadas. Nos últimos 150 anos, a extração da madeira e o desmatamento provocaram a diminuição da população desta espécie em mais de 80%.
Mas não há só más notícias. Embora os anfíbios estejam entre os animais em maior perigo de desaparecer em todo o mundo, quatro espécies de sapos - os Atelopus balios, ignescens, nanay e o Rhaebo colomai -, que anteriormente foram consideradas Criticamente Ameaçadas ou Extintas foram redescobertas na Colômbia e no Equador.
Fonte: DN
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