terça-feira, 30 de outubro de 2018

Telescópio Kepler 'reforma-se' após 'caçar' mais de 2.600 exoplanetas


O telescópio Kepler entrou na 'reforma', depois de ter 'caçado' mais de 2.600 planetas fora do Sistema Solar, anunciou hoje a agência espacial norte-americana NASA, que opera o aparelho.

No espaço há nove anos, o telescópio ficou sem combustível, o que ditou o fim da sua vida útil e das observações científicas.

Segundo a NASA, o Kepler está numa órbita "segura, longe da Terra".

Para a astrofísica da NASA Jessie Dotson, citada em comunicado pela agência espacial, a 'reforma' do telescópio "não é o fim das descobertas", uma vez que há dados recolhidos pelo Kepler que ainda estão por analisar.

Antes de darem por terminada a atividade do telescópio, os cientistas aproveitaram ao máximo o seu potencial, concluíram várias campanhas de observação e descarregaram dados antes dos avisos iniciais de falta de combustível.

Os últimos dados vão completar os que forem obtidos com o telescópio TESS, o novo 'caçador' de exoplanetas da NASA, que foi lançado em abril com 'cunho' português, do investigador Tiago Campante, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, que esteve envolvido no planeamento científico da missão.

Ao contrário do Kepler, que 'caçou' planetas extrassolares numa determinada zona do céu, o TESS vai procurar novos exoplanetas em todo o céu.

O Kepler fez o primeiro levantamento de planetas na Via Láctea e detetou planetas do tamanho da Terra nas chamadas zonas habitáveis (a distâncias da sua estrela que lhes permitem ter eventualmente água líquida à sua superfície).

As mais recentes análises de dados do Kepler concluíram que 20 a 50 por cento das estrelas visíveis no céu noturno podem ter planetas pequenos, possivelmente rochosos, e semelhantes à Terra em termos de tamanho a orbitarem na zona habitável, de acordo com a NASA.

Fonte: NM

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