terça-feira, 20 de novembro de 2018

NASA detecta pela primeira vez explosão magnética no lado escuro da Terra


A Missão Multiescala Magnetosférica (MMS), projeto espacial composto por 4 satélites que foram lançados pela NASA em 2015, detetou uma explosão magnética no lado noturno da Terra nunca antes vista.

De acordo com o artigo publicado a 15 de novembro na revista Science, a missão obteve imagens de alta resolução do lado noturno do planeta Terra, uma nova perspetiva que fornece à NASA informações sobre o funcionamento da reconexão magnética, “um processo de conversão de energia que ocorre em muitos contextos astrofísicos, incluindo a magnetosfera da Terra”.

Esta é a primeira vez que cientistas observam este fenómeno no lado escuro da Terra. Estas poderosas explosões magnéticas ocorrem com um fluxo de partículas alinhadas simetricamente em forma de cauda – uma “versão mais calma” da atividade caóticaregistada no lado solar da magnetosfera da Terra.

“Isto é muito importante, porque quanto mais sabemos sobre estas reconexões, melhor nos podemos preparar para eventos externos que que podem acontecer a partir deste fenómeno, em torno da Terra ou em qualquer ponto do Universo”, explica Roy Torbert, vice-investigador principal da missão MMS.

Os especialistas, que já tinham mapeado os detalhes desse fenómeno nesta parte da atmosfera em outubro de 2015, agora viram-no, em forma de cometa, no lado noturno da Terra, o que lhes dá uma nova visão do planeta, porque revela fluxos suaves de jatos de eletrões de alta energia que se movem a uma velocidade de mais de 15 mil quilómetros por segundo.

A superfície da Terra encontra-se protegida da chuva constante de eletrões e protões de alta velocidade que são libertados pelo Sol, através de um “guarda-chuva magnético“, cujo “tecido gira e ondula com energia enquanto arrasta as partículas para dentro dele “e, finalmente, voltam para o Espaço. Uma grande acumulação de partículas poderia “causar o caos de redes e sistemas elétricos“.

Lançada em 13 de março de 2015, a MMS é uma missão não tripulada da NASA, composta por uma formação tetraédrica de satélites que visa reunir informações sobre a microfísica da reconexão magnética, a aceleração de partículas energéticas e a turbulência, bem como os processos que ocorrem nos plasmas astrofísicos.

Segundo os autores do estudo, saber que estes fenómenos ocorrem é uma coisa; mas observar um deles a acontecer, em alta resolução, ajuda-nos a redefinir a forma como compreendemos a sua génese – não apenas na atmosfera do nosso próprio planeta, como também em todo o Universo.

Fonte: ZAP

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