segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Astrónomos mediram a luz estelar emitida em toda a história do Universo


Uma equipa de astrónomos do estado norte-americano da Carolina do Sul mediu toda a luz estelar já produzida em toda a história do Universo observável, ou seja, mediram toda a luz de todas as estrelas que já existiram – o número é brutal.

Para chegar até a um número, os cientistas examinaram os primórdios da criação estelar, passado desde a formação do Universo há 13,7 mil milhões de anos até aos dias de hoje. “Isto nunca foi feito antes“, disse Marco Ajello, astrofísico do Clemson College of Science, na Carolina do Sul, e autor principal do estudo publicado em declarações ao The Guardian.

Estima-se que as primeiras estrelas tenham surgido algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang. Desde então, as galáxias produziram estrelas a um ritmo quase frenético, existindo atualmente, segundo os cálculos dos cientistas, um bilião de biliões.

De acordo com a investigação, cujos resultados foram publicados recentemente na revista Science, as estrelas já irradiaram 4×1084 fotões. Noutras palavras, 4 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 fotões.

Os cientistas trabalham já há algum tempo para conseguir obter esta medida, também conhecida como luz de fundo extragalática (EBL) ou “névoa cósmica”. O EBL representa o livro que relata a história da atividade estelar e a evolução das galáxias dentro do Universo”, explicou Ajello ao portal Astronomy.

Tal como notou o líder da investigação, a medição da EBL pode ser uma ótima ferramente para os cientistas, podendo ajudá-los a melhor compreender a evolução das galáxias, os processos de formação estelar e até a forma como o próprio Universo evoluiu.

Até então, era difícil obter este número porque a “névoa cósmica” é muito mais fracado que a Via Láctea e as demais luzes do céu noturno. Além disso, os cientistas não conseguiam observar as galáxias mais distantes, uma vez que são muito escuras e a luz mais brilhante emitida em primeiro plano obscurecia ainda mais esta visão.

Agora, e através de um método indireto, os cientistas conseguiram calcular toda a luz estelar já emitida. Os cientistas observaram as chamadas “blazars” – galáxias que giram em torno de um buraco negro supermassivo – que emitem feixes de matéria e radiação na nossa direção recorrendo ao Telescópio Espacial Fermi de Raios-Gama da NASA.

“Usando blazars a diferentes distâncias de nós, medimos a luz das estrelas em diferentes períodos de tempo. Medimos a luz estelar total de cada época – há mil milhões de anos, há dois mil milhões de anos, há seis mil milhões de anos (…) – desde quando as estrelas foram formadas”, explicou Vaidehi Paliya, coautor do estudo.

O Telescópio “permitiu reconstruir o EBL e determinar a história da formação das estrelas do Universo de uma forma mais eficaz do que já havia sido alcançado até então”, rematou o cientista em comunicado.

Fonte: ZAP

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