Depois de meses de busca sem frutos, um dos pássaros mais raros do mundo, que está em perigo de extinção, foi finalmente encontrado no Brasil.
O entufado-baiano ou bigodudo-baiano, como é conhecido a espécie Merulaxis stresemanni, é um pássaro de cauda longa e porte médio com filamentos na testa. Os cientistas pensam que há muito poucas criaturas desta espécie no mundo.
Duas observações de uma fêmea a 12 e 14 de dezembro deram esperança aos investigadores de que ainda não é tarde demais para salvar a ave da extinção total, já que a espécie está a diminuir rapidamente e o habitat da floresta tropical está a ameaçar todos os últimos indivíduos.
Encontrados apenas numa pequena região do leste do Brasil, os estufados-baianos foram vistos pela primeira vez na década de 1830. Mas, depois da observação inicial, só voltaram a ser vistos em meados do século XX. Depois disso, voltou a desaparecer e só foi observado outra vez em 1995 – o que mostra o quão rara esta espécie é.
Atualmente, os investigadores juntaram esforços e estão a focar-se no noroeste de Minas Gerais, onde se espera que a pequena população possa permanecer viva.
“Apesar de ficarmos aliviados com o facto de o estufado-baiano continuar a sobreviver, o futuro da espécie continua comprometido”, disse uma integrante da equipa de conservação, Amy Upgren, da American Bird Conservancy (ABC). “Ainda há muito trabalho que é preciso fazer para localizar indivíduos adicionais e proteger o habitat”.
A little haunting, this is the sound of perhaps the world's rarest bird, a female Stresemann's Bristlefront spotted last week in Brazil. We won't give up searching, but as of now, she is the last-known of her kind. (Recording by @biodiversitas) https://t.co/HLph5OVH2j pic.twitter.com/sgzUFDIP2H— American Bird Conservancy (@ABCbirds) 24 de dezembro de 2018
A ABC está a trabalhar com a sua organização parceira, a Fundação Biodiversitas, no Brasil, para encontrar mais pássaros selvagens. Os esforços estão concentrados na Reserva Mata do Passarinho e na Floresta Songbird, uma área de cerca de 952 hectares reservada para a conservação de espécies.
A reserva protegida foi ampliada em 2016 e tem sido usada para fornecer alimentos extras para esta espécie, bem como algumas tocas artificiais para os ninhos de pássaros.
Com estudos recentes a enfatizar o quão frágil é o estado das florestas tropicais da América do Sul, é essencial que programas como o que espera salvar a espécie sejam mantidos em vigor. Incêndios e mudanças climáticas aumentaram os efeitos do desmatamento, tornando a situação da ave crítica.
Fonte: ZAP
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