Está na terra a olhar para o Espaço. Mas na Argentina não há grandes certezas sobre o que se passa nesta estação chinesa.
São cerca de 200 hectares, que incluem uma super-antena de 16 andares, tudo rodeado por arame farpado de 2,5 metros de altura.
Encontra-se na região argentina da Patagónia, este centro espacial que a China ali plantou. Mas o acordo que os dois países assinaram é pouco para esclarecer as dúvidas. Uma reportagem da Reuters refere que são muitos, de vários setores, que têm dúvidas sobre as funções da estação. No entretanto, enquanto crescem as dúvidas entre a população local, surgem também algumas teorias da conspiração.
Ficou acordado entre a Argentina e a China que a estação em causa seria usada apenas para fins civis (e não militares). Tal até se tem verificado.
A estação, por exemplo, deu apoio na operação espacial que levou a China a chegar (pela primeira vez na história da Humanidade) ao lado oculto da Lua. A Argentina tinha exigido igualmente que a estação permitisse visitas de civis. Tal é possível - mas só com marcação.
Os EUA, rivais dos chineses na economia e agora também na corrida ao Espaço, temem que a estação possa ser usada para fins militares. O acordo entre Argentina e China estipulava isso mesmo. Mas a Argentina não tem nenhum mecanismo estipulado no acordo que permita ter a certeza de que tal é cumprido à risca, como dá conta um advogado especialista na área à mesma agência.
A espionagem é uma das preocupações. Garrett Marquis, porta-voz do conselho de segurança da Casa Branca, descreve a estação da Patagónia como o resultado de um acordo "em segredo, pelo governo corrupto e vulnerável de há uma década". Além do mais, "é mais um exemplo da opaca e predatória forma chinesa de negociar, que 'mina' a soberania de países"
Saliente-se que a Argentina tem um acordo semelhante com outra agência espacial, para um centro com algumas semelhanças. É numa província vizinha e está a cargo da Agência Espacial Europeia. A questão é que a congénere chinesa tem características diferentes.
Enquanto a gestão da Agência Espacial Europeia é civil, à semelhança da NASA, a estação chinesa reporta à China Satellite Launch and Tracking Control General (CLTC), que por sua vez reporta às forças armadas, explica-se.
A mesma Reuters adianta que não foi fácil descobrir pessoas que tivessem ja visitado a estação. Ainda assim, a infraestrutura não deixou de ter impacto na pequena economia local, como dá conta a autarca de Las Lajas, a localidade mais próxima desta estação situada numa zona remota da Patagónia.
Alguns funcionários ainda arrendaram casas antes de se poderem mudar em definitivo para a base. Hoje em dia, com a estação operacional, só raramente é que os cerca de 30 funcionários são vistos na cidade. De tempos a tempos, lá aparecem em Las Lajas, quando vão fazer compras ao supermercado chinês da cidade.
Fonte: NM
Fonte: NM
Sem comentários:
Enviar um comentário