A luta contra as superbactérias resistentes a antibióticos está a ficar cada vez mais difícil, mas os cientistas podem ter encontrado uma nova arma para combater uma das piores.
Segundo o Science Alert, trata-se de um novo antibiótico chamado darobactina, capaz de combater bactérias gram-negativas. Este composto foi descoberto nas bactérias Photorhabdus, depois de dois anos a procurar no intestino de minúsculos vermes parasitas conhecidos como nemátodes.
O que torna as bactérias gram-negativas particularmente difíceis é a membrana externa que essas células desenvolvem, que atua como uma barreira extra contra qualquer tipo de ataque. A darobactina é especial porque rompe essa barreira ao interferir com a proteína BamA, que controla o acesso à membrana externa.
Nos testes feitos em laboratório, o novo antibiótico foi capaz de curar cobaias de infeções provocadas pela Escherichia coli e pela Klebsiella pneumoniae, sem efeitos colaterais tóxicos.
Os investigadores viram no nemátode um possível hospedeiro para um antibiótico eficaz, devido à forma como estes vermes se alimentam de insetos, atacando larvas e libertando bactérias que precisam de combater patógenos semelhantes aos do intestino humano.
E, por isso, é que a darobactina é um candidato promissor para ser usado em humanos. Mesmo que os antibióticos de microbiomas animais não tenham sido ainda bem-sucedidos, o Photorhabdus evoluiu mais de 370 milhões de anos para afastar bactérias gram-negativas.
De acordo com o mesmo site, qualquer que seja a ajuda que consigamos obter da darobactina, precisamos dela o mais rápido possível uma vez que as bactérias gram-negativas estão no topo de uma lista de “patógenos prioritários” que representam atualmente a maior ameaça à vida humana.
Estima-se que cerca de 700 mil pessoas por ano morrem de infeções resistentes a medicamentos, e este número pode aumentar para muitos milhões nos próximos anos.
“Estamos a ficar sem antibióticos. Precisamos de procurar novos compostos sem resistência pré-existente”, afirma Kim Lewis microbiólogo molecular da Northeastern University, nos Estados Unidos, e um dos investigadores do estudo publicado na Nature.
Fonte: ZAP
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